Todos prometem jogar para ganhar


A segunda fase da Divisão de Elite, que apura o campeão 2021/22, arranca este sábado, com o FC Foz a receber o SC Freamunde (21h00). Os treinadores das oito equipas apuradas responderam às mesmas questões e concordam que esta fase promete competitividade, jogos muito interessantes e que a principal competição de futebol da Associação de Futebol do Porto sairá mais valorizada. As oito equipas prometem lutar com as suas armas e os seus treinadores deixam a certeza de que ninguém vai facilitar, independentemente dos favoritos que se possam apontar de início.

Três questões para a fase de apuramento de campeão:

1 – Quais são os favoritos que aponta nesta fase e porquê?

2 – Como vê a sua equipa chegar ao início desta fase?

3 – Antevê que os comportamentos das equipas mudem nestes jogos?

 

Daniel Ferreira (Treinador do FC Vilarinho)

“Não vamos entregar nenhum jogo de borla”

1 – Conheço o Alpendorada, que era da nossa série, é uma boa equipa, vai dar luta. O Rebordosa é sempre um candidato e o Maia que se reforçou e promete ser muito forte. As outras equipas conheço menos, mas certamente que todas terão qualidade para estar aqui.

2 – Somos uma surpresa para a maior parte, somo o patinho feio, mas vamos lá como os outros, se estamos aqui é porque merecemos fizemos por estar cá e não vamos entregar nenhum jogo de borla, vamos jogar da mesma forma.

3 – Não deverá ser muito diferente, o campeonato foi tão curto que ao mínimo erro podiam deixar fugir o play-off, pelo que deverão jogar mais ou menos da mesma forma. Vão dar o máximo, porque vai ser curto. É óbvio que vão respeitar-se todas, porque qualquer uma é forte. Umas reforçaram-se mais do que as outras, mas nós, por exemplo, fomos aos sub-23 buscar jogadores. De qualquer forma, os orçamentos não ganham jogos.

 

Rúben Carvalho (Treinador do Gondomar SC B)

“Não será fácil para nenhum dos nossos adversários defrontar-nos”

1 – Há candidatos crónicos, como Rebordosa, Freamunde e Alpendorada e este ano temos o Maia Lidador que apostou imenso para subir e uma estrutura muito profissionalizada. Além destes salientaria ainda o Padroense que, em ano de centenário, fará certamente tudo para atingir esse objetivo.

2 – Vivemos num contexto distinto de todas as outras equipas que estão nesta fase. Enquanto as outras equipas podem pensar em quem podem ir buscar para se reforçar, nós temos de pensar como podemos trabalhar para potencializar mais os nossos jogadores. Como equipa B não podemos pensar exclusivamente no resultado, temos de trabalhar a formação dos nossos jogadores como atletas e homens para que continuem a evoluir. Tentamos aliar a cultura de vitória a este contexto e esta fase final será importante para avaliar o nível deles, mas não será fácil para nenhum dos nossos adversários defrontar-nos.

3 – Acredito que há sempre nuances que podem criar, conforme os reforços, mas também podem ir buscar jogadores muito bons e não ter uma adaptação tão rápida ao clube e à equipa e piorar. Acredito que na parte inicial as equipas tenham algumas cautelas e entrem na expectativa. Depois, há uma equipa como o Rebordosa que ainda não perdeu e se perder não sabemos como vai reagir a isso. Mas vai ser competitivo, muito interessante, vai valorizar a Elite e sentimo-nos felizes por estar nesta fase.

 

Pedro Cunha (Treinador do Maia Lidador)

“Temos de valorizar esta competição da AF Porto”

1 – Quando se chega a uma fase destas, todas as equipas que se apuraram são favoritas, estão todas em pé de igualdade, porque venceram a sua série, ou ficaram em segundo lugar, pelo que todas têm potencial para subir.

2 – O Maia Lidador aparece um projeto novo, uma equipa que foi construída num mês, mas com o objetivo de subida. Trabalhamos também para levar as nossas apostas a elevar o rendimento, subir de patamar e levar os jogadores a evoluir. Vamos para esta fase com grande ambição, dispostos a lutar sempre pelos três pontos e a jogar com compromisso, daí termos sido competitivos em todos os jogos.

3 – Espero que nesta fase final todas as equipas respeitem o jogo, valorizem o futebol em si, tenham ambição, saibam prestigiar esta competição e deixar de fora o que é alheio aos jogos, porque temos de procurar valorizar esta competição da Associação de Futebol do Porto e para isso procurar jogar olhos nos olhos, ter muito tempo útil de jogo e, acima de tudo, que todos joguem para ganhar.

 

Pedro Machado (Treinador do Freamunde)

“Qualquer desequilíbrio poderá ser fatal”

1 – Mais pela análise individual do que conheço das outras equipas, Rebordosa, Maia e Alpendorada, serão os candidatos mais fortes. Mas vamos ter muita competitividade. Os orçamentos dessas três equipas são altos em relação às outras equipas e para lhes ganhar será necessária muita organização coletiva.

2 – Não tem sido fácil por causa das lesões e do Covid. Estamos tranquilos e com uma vontade enorme de iniciar essa fase, muita vontade de competir. Serão 14 jogos extremamente difíceis e cada jogo será uma história distinta. Mas vejo a minha equipa muito séria e focada.

3 – Acredito que haja um ou outro ajuste, até por causa das contratações, algumas dinâmicas diferentes e características diferentes, aqui e ali, mas não acredito que alterem muito a identidade coletiva, porque estas equipas já andam há cinco ou seis meses a trabalhar isso. Haverá um equilíbrio maior e acredito que não se vão expor tanto como na outra fase, porque qualquer desequilíbrio poderá ser fatal. Os jogos vão ser divididos, muito competitivos e não vejo nenhuma equipa com muito ascendente em relação às outras, porque haverá certamente mais cautelas e organização.

 

Pedro Fonseca (Treinador do FC Foz)

“Estamos empolgados para jogar uma fase final que o clube ambicionava”

1 – Vejo o Freamunde, pelo historial, por ser uma equipa habituada a escalões do futebol nacional. O Maia, porque me parece que tem um projeto para crescer, e o Alpendorada, porque tem muita qualidade no jogo que tem apresentado. São muito fortes, têm algo mais.

2 – Estamos empolgados e motivados para jogar uma fase final que o clube ambicionava. Este grupo está há três anos para alcançar isto e com uma vontade muito grande de encarar este desafio e de sermos competitivos.

3 – O facto de ser um campeonato curto e de decisões rápidas pode fazer com que em determinados momentos o lado mais estratégico se acentue e prevaleça, mas depende sempre da abordagem de cada equipa e dos processos dos seus treinadores. Não há ideias melhores ou piores, há ideias diferentes, conforme os treinadores, e temos de as respeitar, sempre com pequenos ajustes para tentar ganhar o jogo.

 

Renato Coimbra (Treinador do Alpendorada)

“Favoritos? Ninguém dizia que o Gondomar SC B seria favorito e depois foram campeões”

1 – Não vejo favoritos, porque todas as equipas partem em pé de igualdade, embora haja vários fatores que podem influenciar, como a entrada na competição. Depois há o Covid, que também pode influenciar negativamente. Pode haver algumas equipas mais bem apetrechadas, mas nenhuma a quem consiga atribuir favoritismo, porque a exemplo da época passada, à partida ninguém dizia que o Gondomar B seria favorito e depois foram campeões, por isso não quero ser injusto. Além disso, vê-se que todas chegam aqui com uma grande dinâmica de vitória.

2 – A nossa chegada a esta fase é o cumprir de um objetivo assumido. Sentíamos isso como uma missão e hoje há o sentimento de dever cumprido. Como dizíamos no balneário, era o serviço mínimo chegar aqui. Agora, sentimos que as possibilidades são de um para 7 ou 8, em relação a nós, porque temos de contar com a equipa principal do Gondomar. Se subir é uma coisa, se não subir é outra. Mas vamos com muita ilusão e muita ambição.

3 – Se compararmos com a época anterior, foram jogos a eliminar, havia muitas cautelas e 80 por cento dos jogos acabaram decididos nas grandes penalidades. Neste campeonato haverá sempre alguma margem de erro para recuperar uma ou outra derrota. Mas vejo as equipas a jogar mais desinibidas para ganhar e com os níveis de concentração no máximo.

 

Arlindo Gomes (Treinador do Rebordosa AC)

“Para ficar em primeiro lugar temos de jogar para vencer”

1 – Por aquilo que vejo são as oito equipas, porque todas elas tinham o objetivo de chegar a esta fase, para depois chegar aos campeonatos nacionais, quando formaram os respetivos planteis. Não havendo uma que seja mais frágil do que as outras, não vejo nenhuma menos favorita. Até porque o futebol já nos mostrou que o plano teórico, na prática, pode ser bem diferente.

2 – Não era este o momento que queria para chegar aqui, porque estivemos algum tempo parado por causa de um surto de Covid. Fechamos portas 8 dias e o grupo esteve completamente parado. A ter que acontecer, se calhar agora é menos mal, para frente teria sido pior. Mas estávamos num bom momento, ainda não tínhamos perdido, vamos ver como vamos aparecer. Os jogadores estão a trabalhar bem e a dar bons indicadores, espero entrar o mais forte possível. Parece que vou ter o plantel praticamente todo disponível, vamos ver se a dinâmica de grupo não se perdeu com esta paragem.

3 – Não. A acontecer, estaremos a falar dos 15 minutos iniciais, porque as equipas poderão não se conhecer bem, ou por uma questão de respeito pela competência do adversário. Mas depois acredito que as equipas se queiram valorizar e queiram medir forças e mostrar competências. Não vamos ter equipas com sucesso a jogarem fechadas. Para ficar em primeiro lugar temos de jogar para vencer.

 

João Costa (Treinador do Padroense)

“Serão sempre finais, à imagem da nossa série”

1 – Pelo que conheço, vejo as oito equipas no mesmo patamar, porque foram as mais competentes nas suas séries e todas elas têm o direito de se sentir favoritas nesta fase. Estamos a falar de clubes com história, como o Rebordosa que todos os anos é candidato, o Freamunde que já esteve em outros patamares. Padroense, Maia, mas não há uma equipa favorita, são todas. Mas tenho a certeza de que vai ser uma disputa tremenda.

2 - Estamos preparados para lutar, como aconteceu na nossa série que foi muito difícil, e certamente que o Padroense terá a sua palavra a dizer em cada jogo. Temos os jogadores possíveis, mas é o que o clube nos pode dar e vamos dar o nosso máximo. Serão sempre finais, à imagem da nossa série em que nenhum jogo foi fácil.

3 - Algumas equipas poderão reforçar-se, no entanto, em termos de ideia de jogo e daquilo que são as suas características, não irão modificar muito, senão alguma coisa estaria errada. Todos temos informações dos adversários e todas são equipas competentes, pelo que vamos ter jogos muito difíceis.