O sonho da Taça que continua bem vivo em Paredes


O USC Paredes “tombou” o Académico de Viseu da Taça de Portugal com uma vitória por 3-1, num jogo em que Pedro Correia bisou e se assumiu como uma das figuras desta terceira eliminatória da competição. Para o avançado foi a estreia a marcar esta época, mas espera agora que seja “como o ketchup”, como diz Cristiano Ronaldo, e que mais golos apareçam nos próximos jogos. “Sinto que quando o golo aparece estou muito mais solto e confiante”, reconheceu o jogador no rescaldo da vitória sobre o Académico de Viseu. “Fizemos um bom jogo. Mas não houve taça no sentido em que não senti grande diferença entre as duas equipas. Estivemos muito equiparados ao Académico de Viseu. Entraram melhor, marcamos primeiros e depois sofremos golo e fomos para o intervalo empatados. Até nos podíamos ter ido um pouco abaixo, mas entramos para a segunda parte melhor do que na primeira”, resumiu.

O facto de partir para um jogo contra um adversário de um escalão superior mexeu com os jogadores do Paredes. “Estaria a ser hipócrita se dissesse que não sentimos tanto a pressão, porque vamos para um jogo em que só temos a ganhar. Mas também não quero acreditar que o Académico de Viseu tenha facilitado, porque as equipas do futebol português sabem que estas situações acontecem na taça. Simplesmente, acho que fomos sérios e melhores e que não se notou qual era a equipa profissional e qual era a não profissional”, apontou.

 

O treinador Eurico Couto concorda com Pedro Correia e acrescenta-lhe mais alguns factos: “Não foi um jogo em que discutimos só o resultado, porque dividimos o jogo e até fomos superiores em alguns momentos, mesmo tendo consciência de quem estava do outro lado”. Para Eurico Couto, boa parte do sucesso esteve ainda na forma como os seus jogadores abordaram o jogo. “Às vezes, o facto de não serem favoritos não só lhes dá motivação extra, como retira alguma pressão. Mas talvez se tenham libertado disso e tivessem olhado para o jogo como uma oportunidade”, sublinhou. “O grande sucesso foi serem eles próprios. Terem estado no jogo com o nosso ADN. Depois, fomos uma equipa organizada e nesta eliminatória andaram todos muito perto do jogo perfeito. Estrategicamente, o plano era claro e cumpriram tudo aquilo que lhes foi pedido”, acrescentou ainda.

Fundamental para eliminar o Académico de Viseu foi ainda a preparação. “Tivemos duas semanas para preparar o jogo. A equipa técnica traçou-nos um plano, trabalhamos isso e chegamos ao jogo bem preparados. Cada um sabia bem o que tinha de fazer, mesmo sabendo que não éramos favoritos”, lembrou Pedro Correia. Além disso, o avançado reconheceu que o “efeito taça” também passa pelos efeitos mediáticos que uma eliminação de um adversário de uma divisão superior pode ter. “Todos sabemos que este não é o nosso campeonato, que não vamos ganhar a taça. Mas também sabemos que podemos apanhar uma equipa que nos dê visibilidade e nos valorize. Temos aqui gente jovem de qualidade e queremos ir cada vez mais longe. Parece-me essencial também”, juntou. Certo é que para o avançado este pode ser ainda um momento de viragem, depois de um início de temporada complicado. “Tive uma lesão no joelho, quase nem cheguei a fazer pré-época. Acabei por ultrapassar isso, entretanto comecei a treinar bem, fui opção neste jogo e foi espetacular para mim ter marcado”, comentou.

Entretanto, o sorteio da quarta eliminatória da Taça de Portugal colocou o Torreense no caminho do Paredes, que recebe a equipa da Liga 3 no próximo dia 21 de novembro. “Vai ser mais uma eliminatória dentro daquilo que foi a anterior. É uma equipa com mais potencial do que o Académico de Viseu, a dificuldade e a probabilidade que tínhamos contra o Académico de Viseu será talvez até inferior, mas estamos todos motivados para essa eliminatória”, declarou Eurico Couto.