O Aliança de Gandra é a única equipa das duas séries da Divisão de Elite da Associação de Futebol do Porto que ainda não conheceu o sabor da derrota ao cabo de uma volta do campeonato e no domingo foi vencer a Ermesinde por 3-0, no arranque da segunda volta. O mister Marcos Nunes atribui mérito aos jogadores, mas reconhece que ninguém sonhava com uma temporada excecional.
Como explica que o Aliança de Gandra se mantenha invicta na viragem do campeonato?
É mérito dos jogadores, que têm interpretado o nosso modelo de jogo e dos responsáveis do clube que têm cumprido com tudo o que prometeram. Temos jogado um futebol muito positivo, ofensivo, e quem joga tem dado o seu melhor. Nesta altura posso acrescentar que temos um plantel de 25 jogadores e que 23 já jogaram como titulares, portanto, temos um grupo extremamente competitivo e isso tem sido fundamental. A primeira volta correu muito bem, já temos o recorde de pontos na Elite.
Os 39 golos marcados e apenas 13 sofridos são também os melhores números da Elite…
Nenhuma equipa da Elite que comece o campeonato tem a expectativa de poder alcançar estes números, nem nós. Construímos o plantel para tentar ficar entre os seis primeiros e sabíamos que havia orçamentos bem maiores do que o nosso. Analisamos bem o tipo de jogadores que pretendíamos, as renovações foram muito importantes e sabíamos que não tínhamos capacidade para ir buscar jogadores mais acima. A exceção foi o Ba [melhor goleador da Série 2, com 11 golos], que veio do Resende. Depois, jogamos com dois pontas de lança, criamos muitas oportunidades e temos marcado em todos os jogos. Mas nunca deixamos de ser consistentes defensivamente. Somos muito agressivos na recuperação e na forma como jogamos sem bola e depois sabemos o que lhe havemos de fazer.
Sousense e Vila Caiz foram os únicos que lhes roubaram pontos. Quer dizer que o Aliança está muito acima da concorrência?
O campeonato é extremamente competitivo, todos concordam com isso. Temos 14 vitórias e dois empates, mas não quer dizer tenhamos tido um jogo fácil, pelo contrário, aliás já estivemos a perder cinco vezes e demos a volta ao resultado. Os outros também são fortes, sabemos que muito dificilmente faremos um campeonato sem derrotas, é praticamente impossível, talvez nem se consiga fazer uma segunda volta equivalente à primeira, em que só perdemos quatro pontos. Passamos por dificuldades em todos os jogos. Agora, é verdade que estamos com estrelinha e que andar em primeiro dá motivação e confiança aos jogadores.
Com 44 pontos somados, mais 14 do que o terceiro, não pode levar a facilitar?
A mensagem que temos passado aos jogadores é de não se preocuparem com a classificação, sabem que para se continuarem a valorizar têm de jogar como até aqui. A classificação só tem de lhes transmitir confiança e não vaidade, ou retirar a humildade. No subconsciente pode pesar, mas aquilo que temos falado é em dar continuidade, porque quando perdermos a humildade vamos perder pontos, de certeza absoluta. A continuar assim, seremos uma equipa cada vez mais forte.
Como tem sentido os adeptos?
Estando no primeiro lugar, poderíamos ter mais gente. Muitos têm regressado, mas pelo que me dizem, já tivemos mais adeptos, quando o estádio era mais dentro da cidade. Mas estão a voltar, cada vez temos mais gente a apoiar a equipa. Estão satisfeitos e têm transmitido muito apoio aos nossos jogadores, porque ninguém sonhava com isto. Mas não ganhamos nada, sabemos que com dois resultados negativos tudo muda.
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