Lourenço Freitas, treinador mais novo da Divisão de Elite, garantiu apuramento do Vila Caiz com “trabalho e muita vontade”


Aos 28 anos, Lourenço Freitas, treinador do Vila Caiz, não podia ter pedido melhor estreia aos comandos de uma equipa sénior. Embora o contexto à chegada estivesse longe de ser o ideal, porque a equipa somava apenas três pontos à quarta jornada e ainda não tinha vencido um jogo, o treinador mais novo da divisão de Elite da Associação de Futebol do Porto chegou a tempo de inverter a situação e garantir os lugares de acesso à Pro-Nacional, que arranca na próxima época. “Embora já tivesse tido experiência como treinador principal nos escalões de formação e nos juniores, este era o meu primeiro desafio à frente de uma equipa sénior e posso dizer que foi mesmo um grande desafio. Inicialmente não estava à espera do convite, mas quando ele apareceu encarei tudo com muita vontade, porque estamos a falar de um dos campeonatos mais competitivos do futebol, a nível distrital”, explicou Lourenço Freitas.

A estreia com uma derrota contra o Valonguense (4-2) não abalou nada a confiança no trabalho que ainda estava por vir: “Encontramos a equipa na 13ª posição, numa fase precoce do campeonato, mas engrenamos bons resultados, até janeiro, e conseguimos chegar aos lugares de promoção. Sofremos duas derrotas no início do ano, tivemos um mês de fevereiro negativo, mas nunca desistimos do nosso objetivo, porque com os jogadores e a qualidade que tínhamos, sabíamos que podíamos ambicionar isso. Depois disso, a equipa voltou a conseguir bons resultados e chegamos onde queríamos”.

 

O facto de ser o treinador mais novo da Divisão de Elite nunca foi um handicap. “A idade nunca foi um problema, comecei novo a treinar, optei por tirar um mestrado na área do desporto e ando no futebol já desde muito novo atrás da experiência de ser treinador. Fiz todos os escalões como treinador na formação do Amarante, dos Sub-15 aos Sub-19. A seguir fui adjunto da equipa principal, com 25 anos, e o facto de ser novo nunca foi indicador de qualidade, mas sim o trabalho que desempenhamos e a vontade que demonstramos e eu estou sempre pronto para trabalhar, seja na Elite ou em qualquer outra divisão”, argumentou.

Apesar de se ter cruzado com jogadores mais velhos e outros mais experientes do que ele no balneário do Vila Caiz, nunca teve problemas. “Sempre respeitei os meus atletas e procurei ser o mais sincero possível com eles”, assegurou. Mas a grande diferença para aquilo que conheceu nas equipas de formação foi outra. “O facto da maior parte serem trabalhadores pesou no planeamento dos treinos e obrigou-nos a dosear cargas. Foi um desafio que tivemos de contornar”, explicou o treinador.

Pronto para mais desafios, de uma coisa Lourenço Freitas tem a certeza depois desta temporada: “Senti, sem dúvida alguma, que cresci como treinador e pessoa. Consegui aprender com os meus jogadores e o facto de ser mais novo permitiu colocar-me facilmente na pele deles e entender muita coisa”.