Com um “defensor de penáltis na baliza”, boa época do FC Avintes está longe de ser uma coincidência


O FC Avintes empatou na visita ao Candal (0-0) no passado domingo e o guarda-redes Ima Lino acabou como a grande figura de um jogo muito disputado, no qual defendeu duas grandes penalidades. Apesar dos pontos perdidos e de ter desperdiçado a oportunidade de uma aproximação ao FC Foz, líder da Série 1 e que perdeu na jornada contra o Folgosa da Maia por 4-1, Léo do Bonfim, treinador do segundo classificado da Divisão de Elite, nada tem a apontar aos seus jogadores, bem pelo contrário. “Foi muito complicado, o Candal é sempre uma pedra no sapato, é sempre muito difícil de vencer. Foi um jogo em que tivemos um Ima em grande, não defendeu só duas grandes penalidades, mas fez defesas espetaculares ao longo do jogo”, sublinhou o timoneiro, antigo jogador profissional no Salgueiros, Boavista e Naval 1º de Maio, entre outros clubes. “Já tenho dito e reforço, o Ima é guarda-redes para outros voos, com qualidade suficiente para jogar umas divisões bem acima, trabalha extracampo, faz ginásio, está sempre disponível, dedica-se muito durante a semana para estar ao nível. O que aconteceu, para mim foi aquilo que eu esperava, embora reconheço que possa ter surpreendido alguns”, sublinhou.

Em relação ao jogo, o treinador reconheceu que foi uma oportunidade perdida de ver o FC Avintes chegar-se à frente. “Foi pena o empate, porque perdemos a oportunidade de nos aproximarmos do FC Foz, que perdeu. Além disso, o Pedras Rubras também empatou, mas jogamos num campo difícil e dadas as circunstâncias do jogo, um ponto não foi negativo contra o Candal”, argumentou.

Humilde e carismático, apesar de ter terminado como figura do jogo, Ima Lino não se vê como especialista a defender penáltis. “Já defendi alguns penaltis, mas não sou nenhum especialista. Não conhecia o jogador que cobrou os penáltis. No primeiro, senti que ele ia marcar para o lado direito e no segundo achei que ele ia repetir o lado, não foi ciência nenhuma, foi instinto. Achei que ele ia repetir o lado, por pensar que eu ia mudar para o outro lado”, explicou o arqueiro.

Apesar do destaque, Ima Lino (27 anos) mantém os pés assentes no chão sobre o futuro: “Não me iludo, já não é a primeira vez, mas não penso nisso, gosto do FC Avintes, sinto-me bem cá e só quero ver o clube ganhar todos os jogos. Sinto-me valorizado, gosto das pessoas, sinto-me em casa, não mexe com a minha cabeça, até porque aqui consigo conciliar com a parte profissional e estou bem no clube, os horários são bons, não penso muito em sair, só quero fazer a minha parte, não vale a pena fazer grandes planos”.

Por esta altura, o FC Avintes é segundo do campeonato, a cinco pontos de distância do FC Foz, que lidera. “Queremos estar no topo, temos um ponto de vantagem sobre o terceiro (Pedras Rubras) e ainda há o Aldeia Nova (quarto) por perto, não podemos facilitar, mas estamos mais pressionados do que o terceiro e o quarto classificado. É mais difícil manter a posição, do que chegar aos lugares de cima e neste caso a pressão é muita. O fator psicológico conta muito nestas situações, mas tento aliviar essa pressão sobre os jogadores, embora seja sempre bom jogar com pressão, quando ela é boa”, sublinhou Léo do Bomfim.

Para o treinador, ver a equipa a lutar pelos lugares cimeiros é um orgulho, mas tudo se explica pelas opções e pelo trabalho desenvolvido: “Depois do que fizemos na época passada, era uma questão de tempo. Quando cheguei ao clube disse ao presidente que teria de ser um trabalho a médio/longo prazo. O clube também precisava de recuperar as contas e foi o que fizemos. No início desta temporada avançamos com contratações a dedo, fez-se mais um pequeno investimento e procuramos errar o mínimo possível nas escolhas que fizemos. Tenho homens de grande caráter no balneário e os resultados passam muito por isso, pela atitude e por honrarem a camisola a cada jogo do FC Avintes”.