Com novo campo a vista em Boim, a prioridade é a formação e um crescimento contínuo


A União Cultural e Recreativa de Boim está na iminência de ver as obras do seu novo estádio concluídas, o que vai permitir abrir portas à formação a partir da próxima temporada, o que deverá colocar um "ponto final" numa era em que apenas uma equipa sénior envergava as cores do clube. Paulo Vieira, Presidente do clube, acredita que as novas instalações, que deverão contar com um campo de futebol de sete, sejam argumentos suficientes para atrair jovens atletas e arrancar definitivamente com a formação. “O primeiro impacto que vamos ter no arranque da próxima época vai ser a formação. É o passo necessário para a certificação e para podermos subir”, explicou o dirigente.

Até aqui, com um campo pelado e com a forte pressão dos clubes circundantes do concelho de Lousada com outras infraestruturas e relvados, o Boim tinha poucas hipóteses de atrair crianças e jovens. “Com a formação, teremos uma forma de tornar o clube sustentável e começarmos a construir pelas fundações e não pelo telhado, digamos assim. Sem darmos este passo não fazia sentido. Sem a base que nos vai dar a formação era impensável avançar com este projeto”, acrescentou Paulo Vieira.

Com as obras a decorrer, o Boim foi obrigado a jogar em casa emprestada no decorrer da época e acabou por jogar a Série 3 da Divisão de Honra nas mesmas condições. “Muita gente desconhece, mas Lousada é um dos concelhos mais jovens da Europa, há carência de infraestruturas, apesar de tudo, e com o nosso novo complexo vamos certamente atrair muitos jovens, porque as crianças precisam de treinar e nem sempre têm onde o fazer”, argumentou.

Os projetos do clube passam por dar passos consistentes e consolidados e Paulo Vieira conta com o tecido empresarial local para ajudar o clube. “Temos um problema de mentalidade que temos de mudar e as pessoas têm de perceber que este é um projeto sério. Se quisermos que as infraestruturas continuem a crescer para que possamos melhorar as condições que temos, vai ser preciso um apoio significativo. Aliás, temos aí um acordo fechado para a próxima temporada que nos poderá ajudar a dar um empurrão muito grande. Ainda não vou anunciar, mas está fechado a 99,9 por cento”, revelou.

O que Paulo Vieira não quer é dar passos desmedidos que possam vir a prejudicar o clube no futuro. “Pode demorar um, dois, ou três anos, mas as pessoas vão acabar por compreender que este é um projeto credível, no qual estamos a apostar e que queremos que tenha retorno. Temos sofrido com a pressão dos clubes à nossa volta e apesar do bom trabalho que se tem feito na região de Lousada, acreditamos que vamos continuar a crescer. Vão entender que este não é mais um clube de futebol que pede dinheiro, mas um projeto sério”, finalizou.