Futebol feminino levanta voo na ADR Pasteleira


O ADR Pasteleira deu o tiro de partida para o futebol feminino e tem, nesta altura, as portas abertas para as raparigas que quiserem experimentar a modalidade, de forma gratuita. O projeto era uma ambição com alguns anos da atual Direção do clube e está a avançar nas mãos de Miguel Pais Clemente, dirigente, que aceitou a responsabilidade.

“Era um desejo de avançar com o futebol feminino na união de freguesias de Foz do Douro, Nevogilde e Aldoar. Queremos que seja, antes de tudo, um projeto de inclusão, integração e promoção do mérito. Já tínhamos atletas que estavam inseridas em equipas mistas de futebol, mas já nos tinham sido reportadas situações em que não passavam a bola às meninas, ou que elas não se sentiam felizes por não estarem a jogar com outras meninas”, começou por explicar Miguel Pais Clemente.

“Não queremos mais ver, como acontecia, meninas à porta do balneário, à espera que os rapazes se equipassem para depois se poderem vestir”, acrescentou.

A ambição de lançar o futebol feminino é acompanhada por um enquadramento novo que está a ser criado, com uma estrutura diretiva própria e instalações com balneários.

“As infraestruturas físicas existem, têm condições para que as meninas se sintam à-vontade. Abracei este projeto enquanto pai de uma menina de 13 anos, atleta do clube, para que pudéssemos tratá-las a todas como nossas filhas, em termos de segurança e bem-estar, condições pedagógicas e todas as condições que alimentem o respeito pela mulher. Fico feliz para contribuir nessa medida”, apontou.

O projeto está a arrancar e muito daquilo que for o futebol feminino na ADR Pasteleira dependerá da adesão das jovens, mas também aqui não se pouparam esforços.

“Tivemos o apoio da Jaciara, ex-mulher de Deco, que viveu o futebol e deu o seu testemunho para nos apoiar, e fez uma publicação que teve mais de 75 mil likes, o que é significativo. Além disso, a capitã da seleção nacional, a Dolores, também fez o favor de nos ajudar a incentivar o futebol feminino”, revelou.

“Tentamos criar um projeto que permite às jovens ir treinando. Depois, as que gostarem poderão ir para os diferentes escalões. Algumas já estavam enquadradas nas equipas mistas do clube, mas o objetivo era somar os escalões Sub-11, Sub-13 e Sub-15. Pode parecer um pouco ambicioso, mas ainda vamos ver até onde conseguimos chegar”, comentou Miguel Pais Clemente.

“Mas queremos, sobretudo, complementar outras escolas e ser mais uma possibilidade para que os pais possam ver integradas as suas jovens num projeto credível, onde o mérito e a vontade expressa das raparigas prevaleçam e onde elas vejam potenciadas as suas capacidades”, sublinhou.