AJEF Hernâni Gonçalves quer dar continuidade no bom processo de formação das jogadoras


Um dos grandes centros de formação do concelho do Porto, a Associação Juvenil Escola de Futebol Hernâni Gonçalves quer continuar a desenvolver o seu projeto de futebol feminino de formação e dar seguimento aos bons resultados alcançados na época passada nos campeonatos distritais da AF Porto.

Rui Pacheco, presidente do clube, sublinha a esse propósito o facto de ser fundamental não perder de vista a sustentabilidade que se pretende para o projeto. “Somos um clube com tradição no feminino, fomos o primeiro clube nacional a ter quatro estrelas no processo de certificação de futebol feminino em Portugal. Nem Sporting, Benfica ou Braga o conseguiram antes de nós. Quer dizer que apostamos nas raparigas em plano de igualdade com os rapazes, damos a mesma importância. Temos apresentado um bom nível, interessa que aprendam a jogar bem e apresentem um futebol de qualidade. Na época passada, as nossas equipas terminaram em segundo lugar nos campeonatos da Associação de Futebol do Porto, em Sub-15 e Sub-13. Esta época só perdemos uma jogadora, o que nos permite dar continuidade ao trabalho desenvolvido”, explicou.

Uma das maiores limitações do clube está no facto de não possuir ainda instalações próprias e de ser ver obrigado a alugar campos para treinar e jogar, situação que consome a maior parte das verbas. “Suportamos custos todas as semanas com os campos que alugamos para trabalhar, ao contrário de outros clubes, que têm instalações próprias, ou beneficiam de instalações camarárias e canalizam esse dinheiro para outras coisas. Para sermos sustentáveis precisamos de ter uma base de apoio, porque queremos continuar a cumprir as nossas obrigações, como até aqui”, disse.

Recentemente, o clube apresentou nas suas redes sociais, o "Ginásio Hernâni Gonçalves", local para ser de utilização de todos os jogadores e jogadoras do clube, com o objetivo de complementar ainda mais o rendimento desportivo e continuar a fornecer as melhores condições possíveis aos seus atletas.

No futuro, a AJEF Hernâni Gonçalves até poderá avançar para outros escalões, tudo a depender das jogadoras que conseguir segurar e da evolução que houver na formação. Futebol sénior feminino, para já, ainda não está nos planos. “O futebol sénior tem custos elevados para os clubes. No caso da AJEF Hernâni Gonçalves precisamos de ter sustentabilidade para tal, porque somos uma associação sem fins lucrativos, que vive sem apoios. Todas as semanas pagamos custos elevados de aluguer de instalações e a única forma que temos de sobreviver é através da cotização dos nossos atletas, que são associados. Para apostarmos no futebol sénior feminino íamos precisar de um patrocinador que fosse capaz de sustentar a equipa, caso contrário não temos capacidade para investir. Íamos ter prejuízo com uma equipa sénior feminina e isso não se enquadra na nossa perspectiva”, justificou Rui Pacheco.