Dona Antónia: a “super adepta” do Leixões e a história de uma paixão à primeira vista


Amor incondicional ao Leixões, mas um amor sofrido, festejado, aplaudido, chorado, beijado, sacrificado, amuado até. É isto que a Dona Antónia, adepta do Leixões há mais de 42 anos, encarna. Por mais que se procure uma explicação, só entende quem, como ela, sente no coração as vitórias e as derrotas. “Estou sempre pronta para ir ver o Leixões e se ninguém vier comigo vou sozinha. Vou à boleia ver os jogos fora, porque não tenho carro, mas arranjo sempre forma de ir. Só me lembro de ficar uma vez em casa e fartei-me de chorar, porque ver na televisão não é a mesma coisa. Gosto de estar junto deles”, contou a Dona Antónia.

Tudo começou com uma ida a um jogo de futebol, com o marido e o sogro e foi paixão à primeira vista. “Tenho dias que faço quatro ou cinco jogos, vou ao Óscar Matos e ao estádio acompanhar a formação. Vou ver a equipa B, enfim, tudo. O meu fim de semana é todo dedicado ao Leixões. Os jogadores da formação pedem-me para ir assistir aos jogos deles”, assegurou.

À loucura de levar panelas para cozinhar em Belém, a Dona Antónia unta-lhe um braço partido, depois de uma queda no Cabo do Mundo. Mas vale tudo pela grande paixão da sua vida. “A maior alergia foi a última subida à I Divisão. Foi no dia de anos do meu marido e foi uma alegria enorme. Foi uma loucura, mesmo”, recordou, com um sorriso rasgado no rosto e os olhos humedecidos pela alegria. “Mas quando perco choro muito. Quando somos goleados então, reajo muito mal às derrotas. Ando uns dias doente, nem consigo comer. Fico furiosa, meto-me na cama e nem quero saber de nada. Ao outro dia nem falo, há segundas-feiras muito duras”, contrapõe, transfigurando-se, quase.

Confessa-se supersticiosa, mas usa um traje que é como um escudo protetor, que enverga de cabeça erguida. “Quando o Leixões vai jogar visto-me com a camisola de super adepta, que me deu o presidente Paulo Lobo, um dia que vim pintar o Estádio do mar. E ponho o cachecol do Leixões “O meu amor é de primeira”. São duas peças que levo sempre comigo”, garantiu e a julgar pela tal camisola de “super adepta” bem coçada, não lhe faltam aventuras vividas por esses estádios fora.

No vídeo que se segue pode ver a entrevista completa: