O FC Perafita está a renascer para o futebol no distrito no Porto. Depois de algumas dificuldades financeiras que afetaram o clube nos últimos anos, a direção liderada por Israel Mota tem vindo a fazer um trabalho de fundo para relançar o clube e, aos poucos, está a conseguir voltar. Há pouco mais de uma semana, os dirigentes receberam a notícia da promoção da equipa sénior à Divisão de Honra, por força da desistência de um clube daquela divisão.
“Sempre tive o feeling que íamos acabar por subir de divisão, de onde nunca devíamos ter saído. O plantel que estávamos a fazer já era a pensar nisso e tudo se está a alinhar”, comentou o presidente Israel Mota.
É claro que não faltaram festejos por esta subida de divisão, mas ninguém se ilude e muito menos lança foguetes, porque o passado ensinou toda a gente a manter os pés bem assentes no chão.
“Vamos jogo a jogo para fazer uma época tranquila, mas sem perdermos a ambição para, daqui a dois anos no máximo, tentarmos subir de novo”, revelou.
Mas antes de tudo, o que passa pela cabeça dos dirigentes do emblema de Matosinhos é não voltar a cometer erros do passado.
“O clube esteve em restruturação e até podia ter fechado, porque havia muitas dívidas e ainda há algumas que temos de pagar, por isso não podemos entrar em loucuras. Vamos dando um passo de cada vez, de forma sustentável”, explicou o líder perafitense.
Recentemente, os novos balneários foram inaugurados e não faltam novos planos para o futuro. “Quisemos mimar-nos um pouco e fomos fazendo obras um a um, para controlarmos custos. É claro que temos mais planos, mas não nos podemos esquecer que é preciso dinheiro e que o dinheiro está caro”, sublinhou
Neste relançar do FC Perafita, para além das infraestruturas físicas, a vontade dos dirigentes passa por abordar várias questões que implicam dentro e fora dos relvados. “Temos de criar outras estruturas e recuperar o ADN que o clube tinha há anos e que perdeu. Não é fácil, em três anos, gerir uma casa sem dinheiro e com muitas dívidas. O primeiro ano foi muito difícil, no segundo subimos um degrau e no terceiro voltamos a subir. Mas esta direção não quer olhar só para os seniores. Não tínhamos formação há bem pouco tempo e já começamos a ter. A par disso, temos vindo a realizar algumas obras no nosso estádio e tudo isso implica custos. Por isso digo que não nos interessa subir demasiado rápido, sem criarmos as bases que nos vão sustentar”, comentou.
Serna no Fluminense poderá significar encaixe importante
Uma das fontes de rendimento que poderá surgir no futuro tem a ver com o fundo de solidariedade da FIFA, que poderá render valores importantes ao clube com a transferência de Kevin Serna. O extremo de 26 anos passou pelo clube em 2018/19, envergando as cores azuis e brancas até dezembro de 2018, e estreou-se até com um hat-trick no jogo frente o Inter de Milheirós pela Divisão de Honra.
Por esta altura, o processo está nas mãos dos advogados do clube, que vão procurar fazer valer os direitos de formação sobre o jogador, que saiu recentemente do Alianza Lima do Perú, para os brasileiros do Fluminense por cerca de 1,7 milhões de euros, por 70% dos diretos económicos. “Vamos ver o que isso pode dar, mas enquanto não tivermos novidades dos nossos advogados, não podemos contar com nada”, explicou Israel Mota. Na melhor das hipóteses, o FC Perafita vai poder contar com um pequeno Euromilhões para ajudar a materializar os projetos que tem na gaveta.
