Golo de Diogo Teixeira vale Supertaça para o Aparecida


O Aparecida venceu o Nogueirense na Supertaça AF Porto, graças a um golo de Diogo Teixeira, que desequilibrou o jogo a favor do emblema de Lousada, que juntou assim a Supertaça ao Campeonato e à Taça. Para os maiatos, da Hyundai Liga Pro, este foi o primeiro jogo oficial da temporada e o mínimo que se pode dizer é que valorizaram esta final, em nada se notando um duelo entre equipas de divisões diferentes. Apesar de jogar no Campeonato de Portugal, o Aparecida teve de se empenhar a fundo e entrou de rompante na segunda parte, altura em que Diogo Teixeira marcou e fez a diferença, depois de uma primeira parte equilibrada.

João Ferreira, treinador do Nogueirense, tinha escalado uma equipa em 5-4-1, com dinâmicas já bem oleadas, que permitiram segurar o adversário e algumas investidas no ataque com perigo relativo, mas sem disfarçar algumas dificuldades para rematar à baliza contrária. Menos eficaz, os maiatos acabaram por pagar a fatura, numa jogada bem desenhada do Aparecida, em 4x4x2. Aos 53’, Francisco Duarte viu o segundo cartão amarelo e consequente expulsão, condicionando o jogo da equipa de Lousada, forçada a um jogo de maior sacrifício e solidariedade para manter a coerência coletiva.

Com dez em campo, José Oliveira corrigiu o meio-campo, colocando Sissé no corredor central, um jogador que acabou por servir de “tampão” no corredor central, fechar os caminhos para a baliza de Freitas e funcionar como o grão de areia na engrenagem do Nogueirense, que passou a ter mais dificuldades para ligar o miolo com o ataque. Ainda assim, os maiatos procuraram aproveitar a superioridade numérica, apesar de um jogo entre duas equipas bem encaixadas. Jony (56’) e Eecion (59’) puseram Freitas à prova, mas o Aparecida procurou jogar sem arriscar, baixou um pouco o bloco e foi à procura dos espaços nas costas do Nogueirense, criando assim alguns calafrios na defesa contrária.

Na reta final do encontro, Kenny (77’) falhou o segundo golo para o Aparecida, na sequência de um cruzamento da direita, que o avançado desperdiçou, quando tinha tudo para “matar” a final. Já na fase de desespero, o Nogueirense atirou-se mais para a frente, mas sem conseguir criar jogadas de muito perigo que pudesse levar a decisão para as grandes penalidades.

João Ferreira, treinador do Nogueirense.

“Este jogo tornou-nos mais capazes do que podemos vir a ser como equipa”

“Defrontamos um adversário de um escalão superior, já com quatro jogos oficiais e mais ritmo competitivo. Para nós foi o primeiro jogo oficial e seria difícil para o Nogueirense vencer esta boa Aparecida. Só os meus jogadores, a forma como eles treinam e acreditam é que nos fizeram acreditar que seria possível. O Aparecida ficou em inferioridade numérica, mas criamos poucas oportunidades flagrantes, mérito para eles e algum demérito para nós por uma certa falta de discernimento e de agressividade ofensiva. Mas estou grato aos jogadores pelo jogo que fizemos e pelo contributo que eles deram. Tenho a certeza de que este jogo nos tornou mais capazes daquilo que vamos fazer e do que podemos vir a ser como equipa.”

José Oliveira, treinador do Aparecida.

“Pelo que os jogadores, a massa adepta e a nossa direção têm feito, merecem tudo”

“Parece fácil, por aquilo que vem acontecendo nos dois últimos anos, com a conquista de quatro títulos. Faz de nós gente com um palmarés melhor, mas não faz de nós os melhores do Mundo. Tivemos um adversário muito digno, que fez com que esta final fosse bem disputada, num jogo bem arbitrado. Temos de dar os parabéns à Associação de Futebol do Porto, ao seu presidente e à sua estrutura toda, que trabalham bem. Pelo que os jogadores, a massa adepta e a nossa direção têm feito, merecem tudo. O presidente confiou em nós desde o início, nunca pôs uma virgula nas nossas decisões e isso faz com que tenhamos paz e faz com que as coisas tenham acontecido. Sobre o jogo, temos duas oportunidades claras, podíamos ter marcado, mas ficamos com menos um e o adversário tem muita qualidade. A diferença entre equipas do Campeonato de Portugal e da Hyundai Liga Pro é mínima, há pormenores que pesam e hoje sentimos isso no jogo, ainda que não nos tivesse colocado em risco. Fomos solidários, sacrificamo-nos e sujeitamo-nos a ter menos bola, coisa que não gostamos, corremos mais, a equipa percebeu isso e uniu-se. Estávamos preparados para um adversário com muita fome de vencer. Disse aos meus jogadores que tínhamos de ter mais fome do que eles para ganhar e conseguimos”.

APARECIDA    1

NOGUEIRENSE              0

 

APARECIDA – Freitas; Bacard, Sarpong, Rui Cunha, Rosário; Cazares (Guzman, 75’), Francisco Duarte, Bujanda, Zidane (Sissé, 61’); Diogo Teixeira (Kenny, 61’)e Alisson (Tomé Eusébio, 75’ e Pinto, 90’+4’)

Treinador: José Oliveira

 

NOGUEIRENSE – Duma; Rosas, Rebelo, Varela, Lucas e Zé Pedro (Lito, 78’); Luiz Leander (Nani, 75’), Vasco Rodrigues (Saalfelb, 85’), Jony (Daniel Rodrigues, 68’) e Eecion; Breno Mendonça (Titi, 68’)

Treinador: João Ferreira

 

Local: Estádio das Laranjeiras, em Paredes

Árbitro: Miguel Ribeiro (AF Porto)

Auxiliares: Fábio Rodrigues e Filipe Freitas

Ao intervalo 0-0

Golos: Diogo Teixeira (48’)

Cartões amarelos: Francisco Duarte (52’ e 53’), Jony (63’), Rosas (82’), Tomé Eusébio (90’+4’)

Cartões vermelhos: Francisco Duarte (53’)