Mateus: “Quando entro em campo é para rebentar com eles!”


Mateus, lembram-se? Aos 39 anos, o internacional angolano aceitou o desafio de vestir as cores do FC Maia Lidador nesta temporada. Jogou as três últimas jornadas contra SC Canidelo, Dragões Sandinenses e Varzim B e apontou quatro golos, assumindo-se como um dos melhores goleadores deste arranque da Divisão de Elite. “Na minha cabeça, quando entro em campo é para rebentar com eles. Vou para ganhar, sempre, com quatro golos? Bem talvez acabe melhor marcador desta divisão, nisso o Cristiano Ronaldo é um exemplo para todos”, atirou o avançado. “É bom, mas não me vejo a fazer por menos do que isso. Sinto-me com capacidades para fazer mais golos e ajudar o Maia nesta luta de subida de divisão. Espero que comigo aqui se consiga, porque, mesmo divertindo-me, sou competitivo e quero mais ainda para o clube e para mim”, acrescentou.

Perceber o que é que ainda o leva a jogar com 39 anos foi muito simples: “O amor que tenho pelo futebol, porque adoro jogar. Ainda há bem pouco tempo disputei a II Liga, com o Torreense, e a Liga 3, com a União de Leiria, que ajudei a subir. Sinto-me em perfeitas condições para continuar até em ligas mais acima”. Mas é inegável que a idade pesa quando os clubes partem para as contratações e Mateus explicou porquê. “Preferem jogadores mais novos, porque com os mais novos têm melhores perspetivas de transferência. No meu caso posso não ser um jogador apetecível, mas ainda sou eficaz”, argumentou.

O FC Maia Lidador surgiu, e Mateus aceitou o desafio. “O que me leva a jogar no Maia foi o facto de não me ter aparecido um projeto aliciante, depois, porque estou perto de casa. Mas sinto-me feliz a jogar. Neste momento deixei de jogar futebol e dedico-me a jogar à bola, como um miúdo que começa, desfruto e aprecio estes últimos anos da minha carreira. Mas depois olho para o exemplo do Pepe, que joga ao mais alto nível no FC Porto com 40 anos, e faz-me pensar que ainda posso ter mais alguns anos para jogar”, partilhou o avançado.

“É difícil abandonar as rotinas do futebol profissional. Tenho conseguido dedicar-me a alguns projetos pessoais, mas sabe-me bem levantar de manhã para treinar no Maia e à tarde dedicar-me à família e aos meus projetos. É a jogar futebol que me sinto a pessoa mais feliz do mundo”, insistiu.

Inevitável é também a curiosidade de quem divide o balneário com Mateus, que tem gosto em ajudar e passar sua experiência aos mais novos: “Procuro ajudar os mais novos, que me perguntam como é que se chega ao mais alto nível, como é que consegui, e transmito as experiências que tive. Mas sobretudo, procuro demonstrar ao fim de semana o que ainda sou capaz de fazer e acabam por me admirar mais e querer aprender comigo”.