Prazer em competir, amor à camisola e gosto por trabalho. Esta é a receita de sucesso da equipa sénior do Sporting Clube da Cruz, que lidera, ainda sem saber o que é perder, a série 1 da II Divisão distrital, com 13 vitórias em 18 jogos.
Um dos responsáveis por este momento do histórico de Paranhos é Milton Ribeiro. O treinador do emblema portuense, que em 2022 chegou a anunciar o fim da carreira como treinador, mudou de ideias para abraçar o ambicioso projeto do Cruz. Neste novo cenário, o clube também conta com o novo Campo do Outeiro como uma fortaleza.
“Sabiamos que um novo estádio novo ia fazer com que as coisas fossem diferentes. O Cruz é um clube centenário e nós temos visto nas bancadas miúdos com 6, 7, 8 anos ao lado de pessoas com 60, 70 anos, que acompanham o Cruz há muitos anos. Depois jogamos onde treinamos e isso ajuda a chegarem jogadores com qualidade, com vontade. Somos um clube com baixíssimo orçamento e por isso o segredo foi juntar um grupo com capacidade de trabalho, espírito de equipa e união. E somos somos competentes naquilo que fazemos dentro do campo. Juntar estes dois fatores tem sido essencial”
Milton Ribeiro possui uma carreira com muita experiência no futebol distrital. Aos 42 anos já comandou o Leça do Balio, Aldeia Nova, Coimbrões, Gens, Senhora da Hora, Canelas 2010, Águas Santas, Sport Progresso e até o próprio Sporting Clube da Cruz em épocas passadas. E é com o esse conhecimento de causa que não tem dúvidas sobre a competitividade desta II Divisão.
“É um campeonato altamente competitivo. Eu já treinei equipas em todos os campeonatos de seniores da AF Porto e esta II Distrital é dificil. Se recuarmos três ou quatro jornadas havia poucos pontos entre o primeiro e o sexto classificado. Ou seja, não é fácil. As condições de trabalho são cada vez melhores e isso reflete-se na qualidade geral das equipas", observou.
A invicta campanha do Cruz na presente época vem sendo feita com muitos jogadores Sub-23 e um dos objetivos traçados no início do trabalho de Milton Ribeiro era ter um grupo de atletas que aderissem à metodologia traçada pelo emblema de Paranhos.
“Tenho a felicidade de liderar um grupo de miúdos (80% da equipa é Sub-23) com qualidade e temo-nos esforçado para dar oportunidade a toda a gente. Já utilizámos cerca de 36 jogadores diferentes. Quando um jogador não está bem, entra outro e corresponde ao mesmo nível. Quando não há talento, compensamos com o trabalho. E assim, criamos uma família!”
Por fim, Milton Ribeiro revelou que sabe que, neste momento, com o Cruz em evidência, os olhos estão em cima de alguns dos seus jogadores. Algo normal, admite, ao mesmo tempo que acredita ter no plantel alternativas válidas para qualquer que seja o cenário.
“Quando nós iniciamos o nosso projeto tivemos cerca de 114 jogadores. Da equipa do ano passado ficaram três jogadores. Isso mostra que escolhemos um grupo com muita juventude, mas com alguma maturidade já de outros campeonatos. Chamamos alguns jogadores que já tinham passado aqui e que se interessaram em poder ajudar a escrever uma outra página na história do clube. Sabemos que neste momento há clubes de divisões superiores que já olham para o nosso plantel. Sabemos que muitos vão ser tentados e não será fácil segurá-los. Como disse, como temos muitos jovens, temos muitas peças para reposição. Agora, se subirmos de Divisão, é outro planeamento. Mas vamos continuar focados onde estamos neste momento pois queremos continuar a ser felizes”, concluiu.