“Os nossos clubes têm sido uns heróis”


O Presidente da Associação de Futebol do Porto é o grande destaque da edição desta semana do jornal Audiência. Numa extensa entrevista que aqui pode ler na íntegra, José Manuel Neves aborda o atual momento do futebol e futsal distrital no momento em que se aproxima da conclusão do primeiro ano de um mandato marcado inevitavelmente pela pandemia.

 

Entrevista: Tânia Durães

Fotografia: Filipe Cairrão Jerónimo

 

O José Manuel Neves tomou, no passado dia 29 de maio de 2020, posse dos destinos da Associação de Futebol do Porto (AF Porto). O que o levou a candidatar-se à presidência desta instituição? Quais foram os seus motes?

De facto, eu estou nesta instituição desde 1987, se a memória não me atraiçoa, passando por vários órgãos, quase todos, incluindo a Direção e chegado o momento, o facto dos anos dados a esta casa, de a conhecer como eu conheço e o gosto pelo associativismo levaram-me a, digamos que, ponderar a candidatura à presidência da instituição. Incentivado pelos filiados fi-lo, embora o fiz, porque era preciso, uma vez que não se adivinhava que íamos ter uma pandemia, uma guerra tão difícil e a instituição precisava, naturalmente, de pessoas que já conhecessem a casa, para darem o seu melhor, conhecendo e tocando nos aspetos essenciais, para a manter em pleno funcionamento.

 

“Dar continuidade ao trabalho desenvolvido pela liderança do doutor Lourenço Pinto”, concretizar “proximidade aos filiados” e construir uma Academia da Associação foram alguns dos objetivos anunciados aquando da sua candidatura. Qual é a sua visão da liderança de 13 anos de Lourenço Pinto à frente dos destinos da AF Porto?

O doutor Lourenço Pinto deixou uma obra notável. Eu trabalhei com o doutor Lourenço Pinto no Conselho Jurisdicional, hoje, Conselho de Justiça da Associação, em 1987. Portanto, eu conheço o doutor Lourenço Pinto há muitos anos e ele, depois, saiu da Associação de Futebol do Porto e eu nunca sai, ou seja, eu entrei em 1987 e ao longo dos 34 anos em que aqui estou, nunca sai da casa. Portanto, o que é que deixou o doutro Lourenço Pinto? Uma Associação com 36 mil atletas federados, que tem 20 por cento dos atletas inscritos na Federação Portuguesa de Futebol, com 900 árbitros e deixou uma casa, como vocês podem ver, dotada, digamos que, das condições de trabalho desejáveis, assim como deixou uma equipa preparada para enfrentar os desafios que, hoje, estamos a enfrentar. Portanto, aquilo que o doutor Lourenço Pinto deixou foi, digamos que, um espólio, a todos os níveis, invejável e é preciso dar continuidade.

 

No seguimento do que referiu acerca dos tempos difíceis, impostos pela proliferação da Covid-19 em Portugal e no mundo, pode dizer-nos se algum dos seus objetivos ficou por concretizar?

Sim, refere-se concretamente à construção da Academia. Nós, nesta tragédia, temos de definir prioridades. Nós habituamo-nos à palavra pandemia e dizemo-la, hoje, com toda vulgaridade, mas uma pandemia significa tragédia, significa guerra e, portanto, é preciso dar prioridade, àquilo que tem prioridade. A Academia da Associação está em cima da mesa. Esta Associação necessita de ter uma casa, para que as suas seleções treinem, precisa de ter uma casa, onde os seus árbitros treinem e não andem sistematicamente de casa às costas, a treinar aqui e além. Nós temos de ter a nossa gente concentrada numa Academia. É claro que, a Federação Portuguesa de Futebol criou um fundo, dotando, basicamente, uma Academia, só que, também, foi preciso definir prioridades. Ora, se os clubes, nesta altura, estão sem meios de sobrevivência, se o Governo em nada ajudou o futebol, então quem é que ajudou o futebol? Foram as Associações, dentro daquilo que podiam e os recursos que tinham foram canalizados para manter os clubes à tona da água. Logo, a Academia é um projeto que está em cima da mesa, esperamos que, ao longo do nosso mandato, seja possível iniciar, digamos que, os seus trabalhos, mas, hoje, não é, claramente, uma prioridade imediata.

 

Como mencionou, a A.F. Porto criou, na sequência da crise provocada pela pandemia de Covid-19, inúmeras medidas excecionais, entre as quais, um fundo de apoio a todos os clubes da sua jurisdição. Quantos clubes vão poder beneficiar desta ajuda?

Os apoios aos clubes não são de agora. A Associação, desde o início da pandemia, canalizou para os seus clubes cerca de um milhão de euros, em termos diretos, para além, digamos que, de outro tipo de ajudas, nomeadamente de material desportivo traduzido em bolas, em coletes, bem como, digamos que, outro tipo de apoios que se traduziram em testagem aleatória das suas equipas. O que me está a falar é de um fundo que a Federação Portuguesa de Futebol, em conjunto com as Associações, decidiu criar, no valor de 2 milhões de euros, que vem ajudar as equipas que pararam a 15 de janeiro e, como sabe, quem são as equipas que pararam? São as equipas seniores, aquelas que disputam futebol e futsal sénior e está estabelecido pela Federação Portuguesa de Futebol, que ainda não assinou protocolo com as Associações, apenas um comunicado oficial, mas não regulamentado ainda, que esperamos que seja breve para que esses fundos rapidamente cheguem aos nossos clubes, que os fundos são traduzidos em 1500 euros, tendo uma componente de 33 por cento a fundo perdido e o restante a ser pago em 4 anos, com 1 ano de carência. Portanto, é esse fundo que vai ser posto à disposição. No caso da Associação de Futebol do Porto, como é a maior do país, vai ter uma percentagem deste fundo, que eu creio que andará a rondar os 250 ou os 270 mil euros, que vão ser traduzidos. Esse fundo, como sabe, é, e repito, com 33 por cento a fundo perdido e o resto é por empréstimos aos clubes, sendo a Associação de Futebol do Porto responsável, perante a Federação, pelo seu cumprimento é isto o que vamos fazer.

 

Considerando que a Associação de Futebol do Porto, que engloba as modalidades de futebol e de futsal, é, como aludiu, a maior do país em termos de filiados. Qual é a importância desta instituição tem, não só a nível local, mas, também, nacional?

Por Graça, os meus colegas, aqui, da Associação e o presidente do Conselho de Arbitragem, Carlos Carvalho, costumam dizer que há três instituições importantes no nosso país, primeiro a Federação, segundo a Liga e, depois, a Associação de Futebol do Porto. Como sabem, a Associação de Futebol do Porto é cofundadora da Federação Portuguesa de Futebol, mas o regime jurídico dá-lhe, apenas, um voto, igual às restantes associações do país. Portanto, o seu peso é pela grandeza da Associação, é pelo trabalho desenvolvido e, digamos que, por ser uma referência a nível nacional, naquilo que ela apresenta como dados de trabalho, que consegue realizar, é aí que se traduz a grandeza da Associação.

 

No seguimento deste novo confinamento, que foi decretado pelo Governo e implementado no passado dia 15 de janeiro, a AF Porto manteve, até à data, suspensas todas as competições. Considerando a recente divulgação do plano de desconfinamento, pode dizer-me de que forma é que esta ação vai impactar o calendário e os clubes desportivos?

As nossas provas foram interrompidas, por determinação das autoridades, pelo Governo e pela Direção-Geral da Saúde. Nós pensamos que, com o plano de desconfinamento que o Governo anunciou, será possível nós terminarmos, ainda, as nossas competições, uma vez que, se tudo correr bem, de acordo com as medidas divulgadas, os nossos atletas poderão começar a treinar na segunda quinzena do mês de abril e iniciar as competições em maio. Portanto, se for possível terminá-las, no todo, fá-lo-emos, se não for possível terminá-las, no todo, devido a um agravamento da situação pandémica, teremos de encontrar, com os nossos clubes, uma solução que permita duas coisas, a primeira é indicar à Federação Portuguesa de Futebol quem são os nossos representantes no Campeonato Nacional e a segunda é indicar à Federação Portuguesa de Futebol quem são os nossos representantes de futsal. Logo, para isso, precisamos de ter tempo para acabar as provas, ou, então, se não houver tempo, por razões de saúde pública, para encontrarmos uma solução, em conjunto e dialogando com os nossos clubes, percebendo qual a melhor forma de terminarmos uma época completamente atípica, tal com a anterior. Como tal, eu posso dizer-lhe que é expectável terminarmos todas as competições, mas é tudo muito imprevisível.

 

De que forma é que a AF Porto se está a preparar para o regresso à competição?

É prematuro e é prematuro, na medida em que, nós temos tempo para acabarmos os nossos campeonatos, mas resta sabermos se os nossos clubes, que estiveram parados durante estes meses, se têm atletas, o que é outra incógnita. Portanto, nós temos de averiguar se temos tempo para concluirmos as nossas provas, falando primeiro com os nossos clube, porque eles são a base do desporto, são a base dos campeonatos e, portanto, se nós não tivermos equipas para concluirmos os campeonatos, teremos de encontrar uma fórmula, como fizeram já outras Associações do país, por exemplo, Aveiro encontrou uma fórmula de terminar os seus campeonatos, Braga encontrou outra fórmula e o Porto está em conversações com os clubes, para ajuizar se temos, ou não temos condições para concorrermos às provas.

 

Qual é a sua opinião relativamente à decisão que permitiu que a competição sénior decorresse até ao passado dia 15 de janeiro, data em que entramos num novo confinamento, em detrimento da competição dos escalões de formação, que está suspensa há mais de um ano?

Eu creio que as autoridades de saúde tiveram janelas de oportunidade, para que a formação se tivesse iniciado. Era nossa expectativa que, com o regresso às aulas, simultaneamente, se abrisse a competição jovem, mas assim não aconteceu. Esteve para acontecer mais do que uma vez, mas com o agravamento dos dados da pandemia, não foi possível. Esperamos e acreditamos, sinceramente, que ainda vamos a tempo para corrigir o que não foi feito e, por outro lado, ir a tempo, para não perdermos os atletas e para cuidarmos da saúde física e mental desses atletas, que eu creio que estão a ser muito afetados por tudo isto. Sinceramente, é um apelo que nós fazemos ao Governo e às autoridades de saúde, já que se fala no regresso às aulas, que se fale, também, no regresso à competição, ou ao treino, se quiser, dos escalões jovens, para que a saúde mental e física das crianças, não se perca definitivamente. Porém, nós estamos à espera, estamos otimistas e estamos confiantes que, entre nós e a Federação Portuguesa de Futebol, exista uma alteração do Artigo 36º do Regulamento do Estatuto, da Categoria, da Inscrição e Transferência de Jogadores, referente à Proteção de Menores, para que numa próxima avaliação do estado de emergência, os jovens possam retomar as competições, ou os treinos juntamente com os seniores.

 

Em consequência do que aludiu, pode dizer-me se os jovens atletas têm abandonado os escalões de formação das modalidades de futebol e de futsal?

O que nós sabemos é que existem clubes que só tinham escalões de formação e que não inscreveram os seus atletas, porque como não havia competição não os inscreveram. Todavia, ainda é muito cedo para fazermos a contabilidade da consequência de tudo isto e isso só se refletirá na próxima, ou daqui a duas épocas, porque nós cremos que, alguns, provavelmente, se perderam, mas eu, também, penso que se tomarmos medidas rápidas, ainda seja possível recuperar aqueles que desistiram por uma razão, ou por outra. Mas, até hoje, de facto, o número de inscrições diminuiu. Repare, a Associação de Futebol do Porto tem 36 mil atletas inscritos e, até hoje, tem 16 mil inscritos, que, na grande maioria, são seniores que estavam em competição. Este é o reflexo desta pandemia. Para os escalões jovens, que nunca tiveram treino, que nunca tiveram competição ou que, em alguns casos, apenas treinaram, o que nós fizemos para que fosse possível mantê-los a treinar foi isentá-los do pagamento da inscrição e apenas pagando um seguro, que lhes permitisse que, em caso de acidente, eles estivessem salvaguardados, tanto a sua vida, como as suas condições de saúde. Portanto, foi isto o que foi feito, para minimizar o impacto de tudo isto.

 

Ainda é cedo para previsões, mas, na sua perspetiva, a falta de competição dos escalões de formação vai ter repercussões graves nos atletas do futuro?

Eu não tenho nenhuma dúvida. Repare, imagine os juniores, que estão parados há duas épocas. Como é que é possível, que estes juniores ingressem, amanhã, numa equipa de futebol sénior, quando estiveram 2 anos parados? Não é possível recuperar um atleta destes, em condições normais. O que nós pretendemos fazer é ver até que ponto temos condições, para que estes atletas sejam incluídos, ou em escalões seniores de sub-23, por exemplo, ou que pudessem jogar mais um ano como juniores. Nós temos de ver, aqui, qual é a melhor forma, mas tudo isso tem de ser ponderado, tem de ser discutido com a Federação Portuguesa de Futebol, pelo que é uma incógnita, para já. Não há certezas daquilo que possamos fazer.

 

Mas há a certeza de que se avizinham tempos difíceis.

Muito difíceis, muito difíceis. Eu acho que dentro de dois ou três anos é que nós saberemos a consequência de tudo isto e a consequência não é nada boa, não é nada boa, mesmo.

 

Na sua perspetiva, o que é que vai acontecer?

Como dizia João Pinto, “prognósticos, só no fim do jogo”.

 

Decorrente destas matérias, já algum clube abandonou a prática desportiva?

Não, nós, em termos de inscrições de clubes, mantivemos, e até aumentamos, o número de clubes. O que acontece é que existem clubes que só tinham formação e que decidiram não inscrever os seus atletas e, portanto, têm a sua atividade suspensa, só por isso. Agora, o que me parece é que, como eu lhe dizia, se o Governo, ainda durante esta época, permitir que os jovens regressem, provavelmente, nós ainda salvaremos parte da formação, não em competição, mas criando torneios, criando uma competição local, para que eles possam praticar aquilo que tanto gostam. Se isso não for possível. eu não sei, francamente, quais serão as consequências de tudo isto.

 

A seu ver, quando chegar a hora de tomar uma decisão, acredita que os clubes se vão manter unidos?

Sabe que na vida a paciência tem limites. Os nossos clubes têm sido uns heróis no aguentar, na resiliência e na persistência, eles têm sido verdadeiros heróis. O que acontece é que eles estão, também, tal como nós, à espera de que o Governo anuncie, conforme já foi dito pelo senhor secretário de Estado, um apoio aos clubes e esse apoio ainda não veio. O que acontece é que nós estamos, um bocadinho, todos à espera que venha o apoio, mas esperamos, também, que quando vier o apoio, ainda existam clubes, porque eu costumo dizer, tal como dizia Camilo Castelo Branco, “o tempo chega sempre, mas há casos em que não chega a tempo” e este é o verdadeiro problema.

 

No que respeita aos incentivos, no âmbito do combate à pandemia, e considerando que este projeto implica a colaboração de outras entidades, sobretudo autarquias. Acha que os apoios que os municípios de Vila Nova de Gaia, do Porto e da Trofa têm dado aos clubes e à Associação de Futebol do Porto, são suficientes, ou acredita que podiam ir mais longe?

Eu posso dizer-lhe, sobre isso, que, se não fossem as autarquias locais, Juntas de Freguesia e Câmaras Municipais, muitos clubes já não existiam. As Juntas de Freguesia e as Câmaras locais têm dado ajudas preciosas, na sobrevivência dos nossos dos nossos clubes, tal como a Associação fez e temos um entendimento perfeito entre as autarquias do concelho, a Associação e os nossos clubes, disponibilizando pavilhões, higienizado esses mesmos pavilhões, cedendo os recintos desportivos gratuitamente, sejam campos de futebol, sejam pavilhões e pagando as inscrições dos atletas jovens e pagando os seguros desses atletas. Posso dizer-lhe que, se não fosse isso, os clubes, sem receitas, sem públicos no estádio, sem os seus bares a funcionar, que são uma fonte de receita muito importante para os nossos clubes e sem publicidade local, não teriam qualquer tipo de hipóteses de sobrevivência. Portanto, de facto, as autarquias locais têm desempenhado um papel fundamental no apoio aos nossos filiados e é, de facto, notável a forma como o têm feito. Se podem fazer mais? Não sei, não posso responder por elas, mas, certamente, elas estão a fazer tudo o que podem, não comprometendo, também, os seus orçamentos, obviamente.

 

De que forma é que a Associação de Futebol do Porto vai continuar a apoiar os clubes associados, a promover o desenvolvimento do futebol e do futsal em geral e a contribuir para o engrandecimento destas modalidades em Portugal?

A Associação de Futebol do Porto tem feito um trabalho que é visível em Portugal e no mundo inteiro. Daqui saíram jovens atletas que frequentaram as nossas seleções e que, hoje, jogam por esse mundo fora e eu vou dispensar-me de nomes, pois toda a gente sabe quem são. Daqui saíram treinadores que são referência a nível mundial. Daqui saíram árbitros, ainda no ativo, que são árbitros internacionais e que estão na elite da UEFA. Do futsal saíram talentos, como sabem, que estão por aí e de onde é que eles saíram? Do nosso distrito, da Associação de Futebol do Porto. Portanto, esta Associação de Futebol do Porto, digamos que, tem sido uma fábrica de talentos e é isso o que nós queremos continuar a ser, uma referência a nível do desporto, do futebol e do futsal. É essa referência que nós queremos ser e, para isso, precisamos de trabalhar todos os dias, aperfeiçoando-nos, modernizando-nos e, digamos que, indo ao encontro, um bocadinho, daquilo que o futuro nos traz, também, dotando a Associação de meios modernos, informáticos e digitais, pois não nos esqueçamos de que estamos na época digital e, portanto, a Associação tem de, também, apetrechar-se com essas ferramentas, para conseguir enfrentar os desafios que virão no futuro.

 

Imaginando um futuro pós-pandemia, qual será o pano da AF Porto para regressar ao tempo pré-Covid-19? A Academia regressa ao primeiro plano?

Claro que a Academia, como eu lhe referi anteriormente, está em cima da mesa. Nós, sobre a Academia, temos de, naturalmente, no dia-a-dia, procurar um local para a Academia. A cidade do Porto tem pouco espaço. Nós já falamos com a responsável da Câmara Municipal do Porto e o Porto tem pouco espaço e não tem terrenos para construir uma Academia. Nesse sentido, nós estamos a falar, também, com os senhores presidentes de Câmara, digamos que, dos concelhos limítrofes do Porto, no sentido de encontrarmos um terreno, em conjugação, sempre, com a autarquia, onde possamos dar o primeiro passo e lançar a primeira pedra para esta Academia. Porém, isso demora tempo, exige a escolha de um local, também, é preciso elaborar projetos, é preciso ter os fundos para a sua construção e esses fundos têm uma componente de capitais próprios da Associação e uma componente de capitais da Federação Portuguesa de Futebol e, portanto, o primeiro passo é escolher o local onde essa Academia se irá construir. Mas isso, de facto, está nos nossos planos.

 

No que concerne ao futuro, quais são os seus anseios e ambições para a Associação de Futebol do Porto?

Estabilizar as provas e com as provas estabilizadas tudo é mais fácil, porque é o comboio que entra novamente no carril e segue o seu percurso normal. Numa guerra não se ganha sem perdas, não há vitórias sem sacrifícios e, portanto, eu acredito que, com a estabilidade das provas, o comboio entrará novamente no carril e seguirá a sua marcha normal, para o sucesso de todos nós.

 

Qual é a mensagem que gostaria de transmitir?

Aquilo que eu desejo é que esta pandemia seja controlada. Nós sabemos que é difícil controlar uma catástrofe destas, ainda por cima, com anúncio diário de novas variantes. Nós sabemos que vamos ter de usar máscara durante mais algum tempo, mas que a máscara seja não seja impeditiva de um regresso à normalidade, na vida de todos nós, para que, em segurança e com saúde, tenhamos, todos, um futuro melhor.