Paula Marques: vício do futebol falou mais alto aos 51 anos


Aos 51 anos, Paula Marques está de regresso ao futebol feminino para defender a baliza do Rio Mau FC. Após muitos anos a defender o Sousense, o amor à bola falou mais alto. “O que me faz andar aqui, ainda, é a paixão pelo futebol e pelo desporto”, reconheceu. Aliás, basta cinco minutos de conversa com a experiente guarda redes para perceber que o desporto esteve sempre muito presente na vida da atleta. “Cheguei a dedicar-me a trails e caminhadas, entre Rio Mau e Cebolido”, reconheceu.

Mas o futebol foi mais forte. Quando soube que o Rio Mau FC ia abrir portas ao futebol feminino, voltou a despertar o bichinho da bola. “Faltava-lhes um guarda-redes na equipa de futebol feminino e apareci nos treinos”, recordou, um pouco como quem confessa não ter conseguido resistir ao apelo. Para trás ficara o Sousense: “O futebol feminino fechou no Sousense, em 2017. As jogadoras foram quase todas para o Grijó, mas aos 45 anos, achei que tinha chegado a hora de arrumar as chuteiras, até porque me ficava longe de casa”.

Mas agora com o futebol feminino logo ali à porta, “quando abriu em Rio Mau, o vício foi mais forte, fui lá treinar e acabei por ficar”, sorriu Paula Marques. Juntou-se o útil ao agradável e não falta no clube quem diga que tem feito um excelente trabalho. “Tento dar o meu melhor e fazer aquilo que posso, esforço-me por treinar e jogar bem”, confessou, sem disfarçar um certo constrangimento pelos elogios.

Esta época, o Rio Mau FC abriu portas ao futebol feminino e a ideia é ajudar o clube da terra. “Queremos dar continuidade e evoluir. Sempre joguei e agora como o futebol feminino tem tido mais visibilidade, melhor ainda. Quero ajudar no que puder, porque as mulheres devem poder jogar como os homens. Chegaram a chamar-me maria-rapaz por jogar com os rapazes, mas agora gostava de contribuir para que as meninas que gostem de jogar futebol o possam fazer sem sofrer qualquer tipo de julgamentos”, sublinhou.

Aos 51 anos a ambição continua lá, mas a noção de que a juventude também vai aparecendo também, pelo que pretende ajudar no crescimento de quem optar pelo futebol feminino no Rio Mau: “Quero ajudar o clube com a minha experiência, mostrar o que sei, incentivar as mais novas e passar alguma da minha experiência. Sinto-me bem, tento ajudar gente mais nova e quando aparecerem mais saio de mansinho”.