Paulo Lopes: “O momento decisivo foi em Cinfães”


O Maia FC sobiu à III Divisão nacional de futsal depois de vencer a Divisão de Elite da Associação de futebol do Porto, mas esta é uma temporada que vale mais do que um título para o treinador Paulo Lopes. Para o Maia FC este é um regresso, se pensarmos que os maiatos tinham descido na época passada e que muito foi posto em causa, apesar dos responsáveis do clube não terem perdido o foco do projeto que tinham em mãos.

“Achávamos que tínhamos uma superequipa e é normal que assim fosse, depois de terminarmos o campeonato invictos. Mas a mentalidade não era forte, estavam pouco habituados a perder e quando se passa por dois ou três resultados negativos, como foi o caso, tornou-se muito complicado dar a volta à situação”, recordou Paulo Lopes. “Hoje não procuramos um jogador só pelas características e pela posição, tentamos perceber o perfil, como pessoa e atleta, porque o compromisso e a capacidade psicológica para reagir à adversidade são muito importantes, sem dúvida”, explicou o treinador.

A lição serviu para corrigir vários aspetos e o Maia FC encarou a temporada com algumas cautelas, ainda que confiante nas capacidades que tinha. “Como vínhamos de uma descida, achamos que não seria viável, tendo em conta o plantel jovem que tínhamos, incutir de início a pressão do campeonato e da subida. Tentamos mentalizá-los ao máximo para a vitória a cada jogo e, pouco a pouco, perceber que objetivo poderíamos atingir. Chegamos a estar a perder vários jogos, mas sempre demos a volta por cima. Fomos uma equipa que acreditou jogo a jogo e a mentalidade que impusemos sempre foi muito essa, desde o início”, partilhou ainda Paulo Lopes.

À medida que a competição se desenrolou, o Maia FC foi crescendo. “Na fase regular começamos a perceber que podíamos ficar entre os quatro primeiros para ir à fase de campeão e a partir desse momento tentamos lutar pelo primeiro lugar”, lembrou. Os maiatos venceram a Série B da Divisão de Elite e na fase de apuramento de campeão repetiram, dominando até terminarem no primeiro lugar com 12 vitorias e apenas duas derrotas. Na Taça Nacional, o Maia FC cedeu na última ronda contra o Cem Paus, mas já com o título garantido. “O momento decisivo foi em Cinfães. Foi sem dúvida a vitória para a Taça Nacional. O Cinfães fazia o jogo do tudo ou nada. Apresentaram-se muito fortes, só conseguimos vencer perto do final e foi, sem dúvida, a vitória mais importante da época, até porque a nível pontual nos iria dar praticamente a subida. Foi o ponto alto, até pela forma como a equipa reagiu”, recordou.

Neste regresso do Maia FC à III Divisão, Paulo Lopes sublinhou outro aspeto que também fez a diferença. “Foi importante continuarmos juntos, com o mesmo projeto, depois da descida de divisão. Normalmente, o treinador abandona o barco e aí tenho de dar mérito ao presidente que acreditou no meu trabalho e percebeu que aquilo que tinha acontecido tinha sido uma exceção. Deu frutos, porque o treinador que desceu foi o mesmo que voltou a subir e a ser campeão e isso vê-se muito pouco nos nossos clubes”, rematou.