O jogador Rafa Santos foi distinguido no passado fim de semana pelo Maia Lidador depois de 100 jogos realizados com as cores do clube e não escondeu o orgulho pela marca alcançada, porque lhe corre nas veias uma paixão enorme pelo emblema que defende. “É uma marca muito importante na minha carreira, porque é o clube onde cresci, onde comecei a jogar, e fazer 100 jogos com a equipa principal é motivo de orgulho, porque é o clube da minha terra, não tenho mais nenhum clube. O meu clube é o Maia Lidador, é o clube que vou apoiar sempre, mesmo que um dia saia”, explicou o jogador.
Maiato de alma e coração, Rafa vive as rotinas do clube e segue os companheiros que passaram pelo balneário e com os quais partilhou muitos momentos ao longo dos últimos anos. “Vou na minha quarta época como sénior, mas acima de tudo, o que fica são as pessoas e os colegas de equipa. Fiquei com muitas amizades do futebol, alguns jogaram comigo e estão agora na primeira liga, mas mantenho o contacto. Ainda há pouco tempo fui ver o Pedro Maranhão [jogador do Maia entre 21/22 e 22/23], avançado do Tondela, continuo com uma amizade muito grande com ele. Acho que o que fica são os amigos espalhados agora pelo mundo todo”, confessou o central de 23 anos.
Entre os amigos que guarda, há um que não esquece e que admira de uma forma particular, até porque são várias as ligações entre os dois. “O Mateus Galiano, avançado que passou pelo Boavista e que agora está novamente no Boavista SAD. Jogou com o meu pai [Nandinho], quando tinha a minha idade e há uns anos jogou comigo. Esteve num Campeonato do Mundo com a Seleção de Angola (2006) e é uma pessoa com uma humildade acima da média. Jogamos juntos dois anos no Maia e aprendi muito com ele. Apesar de tudo o que conquistou no futebol, não olha para ninguém de cima para baixo, é uma pessoa incrível, com quem tento manter o contacto, apesar de ser um adversário”, revelou. Nandinho, pai de Rafa, foi jogador do Salgueiros, Benfica, Gil Vicente, Vitória Guimarães, entre outros clubes, e acabou a carreira no Leixões. Matheus e Nandinho, recorde-se, jogaram no Gil Vicente, em 2006/07. Nandinho deu seguimento à carreira como treinador e conta no currículo com equipas como Gil Vicente, Famalicão, Almeria B (Espanha), B-SAD. Atualmente, o pai de Rafa treina o Al-Muharraq, no Bahrain.
Mas a relação de central com o Maia Lidador não se fica por aqui, porque além de jogador da equipa principal, o defesa acumula funções que tornam ainda mais profunda a sua ligação ao clube. “Sou treinador no Maia, dou treinos aos miúdos da formação. Já quando saí para o Gondomar, dava treinos no Maia, por isso nunca perdi a ligação ao clube. Sempre acompanhei e fui ver os jogos”, garantiu.
Como defesa, Rafa confessa que possui uma referência inevitável para quem já passou pelo Maia. Tinha de ser: “Gosto do Nunes, também defesa-central, que jogou no Maiorca há uns anos e que também saiu do Maia”.
É claro que a paixão que sente pelo Maia Lidador não invalida que Rafa aspire a mais na carreira. O amor pelo clube não o impedirá de seguir em frente e procurar alcançar patamares mais exigentes se a oportunidade se proporcionar. Mas o jogador também não nega, meio a brincar, meio a sério, que agora tem pela frente o desafio de chegar aos 200 jogos com as cores maiatas. “Vamos lá ver, se tiver que ser, assim será (risos). Não sei o dia de amanhã, mas se isso acontecer será com muito orgulho e muita alegria”, sublinhou.
Entre as memórias que guarda das últimas épocas no clube, há uma que deixou um sabor agridoce, mas que não abala a determinação com que esta edição da Hyundai Liga Pro está a ser encarada, esta temporada. “Estivemos a lutar para subir de divisão e ficamos a um ponto do objetivo em 2023/24. Foi um momento triste, mas não deixa de ter sido uma época muito boa, em que estivemos muito perto de subir. Esta temporada vamos voltar a lutar por esse objetivo e espero que este ano tenhamos mais sucesso do que há dois anos. É um campeonato muito difícil, mas temos condições para conseguir uma coisa bonita”, partilhou.
Foto: Borges Grames
