A Associação Recreativa de São Martinho subiu ao terceiro lugar da Hyundai Liga Pro há duas semanas. Mas no passado domingo, ao vencer pela quinta jornada consecutiva, a formação de Santo Tirso surgiu novamente como uma protagonista, que todos no clube esperam prolongar, e o treinador, Nélson Silva, é o primeiro a assumir isso e muito mais, como uma vontade muito forte de lutar pela subida.
“Conseguimos cinco vitórias, mas vamos atrás da sexta já no próximo domingo e por aí fora. Temos menos soluções, mas a qualidade mantém-se e queremos mais”, reconheceu.
Precisamente, alguns dos melhores jogadores da equipa acabaram por sair durante a época (muitos deles avançados) e acabaram por afastar a equipa um pouco da dupla de cima (Aparecida e Vila Meã). Apesar das baixas, Nélson Silva não desanimou e soube adaptar a equipa ao plantel que tinha em mãos.
“Saíram o Moreno, Wagner, Panin, Naziru, Paulo Pinto, todos jogadores do ataque, mas contratamos o Nunes e o Maxwell, dois jogadores de qualidade. Mudamos o nosso pensamento e a estrutura da equipa, que tivemos de adaptar aos jogadores que tínhamos. Mas mais do que marcar, se não sofrermos também é bom e nos últimos jogos temos sofrido muito menos. Sofremos dois golos nos cinco últimos jogos, e isso faz toda a diferença. De qualquer forma, o São Martinho vai ser sempre uma equipa que vai lutar, independentemente das saídas, porque temos qualidade. Se calhar equilibramos melhor o nosso jogo em termos defensivos e temos uma equipa mais solidária, o que me parece ser o bom caminho”.

Para já, o terceiro lugar é a realidade, mas ninguém no clube esconde que a equipa quer mais ainda no campeonato. O facto da porta do Campeonato de Portugal não estar fechada, porque conforme as despromoções que venham a ocorrer, o último lugar do pódio pode conduzir a outros cenários, o que aconteceu nas últimas épocas, com clubes da AF Porto a conseguirem a subida ao quarto escalão nacional.
“É verdade, mas o São Martinho esteve dez anos no Campeonato de Portugal, é uma equipa que granjeou esse prestígio e queremos continuar a trabalhar para voltar. No ano passado ficamos em quarto lugar na nossa série, pelo que queríamos mais este ano. Infelizmente, as coisas não correram como queríamos no início da época, mas o pensamento já está no próximo jogo. Não vamos pensar em mais nada, nem nos outros. Temos de pensar em nós, porque só assim conseguimos ter algum sucesso. Depois, o que vier será sempre bom. Estamos em terceiro, mas queremos olhar para cima sempre, porque o nosso objetivo era ficar no topo. De momento, a nossa vontade é cimentar o terceiro lugar e encurtar a distância para o segundo”, sublinhou Nélson SIlva.
Em relação à Hyundai Liga Pro, as impressões do treinador dos Campenses não podiam ser melhores:
“Tinha a certeza de que a Hyundai Liga Pro ia ser brava até ao fim. Ainda este fim-de-semana vimos o Aparecida perder contra o Valadares, uma equipa que luta pela manutenção, e ceder a liderança ao Vila Meã. É esta competitividade que temos tido e que vamos ter até ao último segundo. Vai ser complicado, porque os pontos estão cada vez mais caros e todos vão sofrer até ao fim. O São Martinho está bem, mas sabemos como é o futebol, tanto estamos bem, como amanhã perdes e já estás mal. Já nos aconteceu esta época. A tabela pouco quer dizer em termos de jogos, porque todas as equipas podem ganhar às outras. Tem sido muito intenso, equilibrado e agora vai piorar. Aliás, dou os parabéns à associação, porque o campeonato está a ser bom, o nível das arbitragens, à exceção de um jogo ou outro, tem sido de bom nível também. É o primeiro ano desta competição e acho que tem tudo para melhorar mais ainda no futuro”.