Uma fotografia de uma criança do Castêlo da Maia a rematar umas bolas a um agente da Guarda Nacional Republicana (GNR) numa baliza teve um impacto nas redes sociais que poucos imaginavam e que atraiu atenções num abrir e fechar de olhos.
A situação invulgar captada pelo telemóvel de Álvaro Loureiro e partilhada no Facebook do próprio mostrou uma faceta pouco habitual no futebol, mas muito aplaudida e não só por quem a presenciou ao vivo. Os “números” da imagem não deixam dúvidas. “O que me motivou a fazer a fotografia foi a graça que teve, o agente dispor-se a compartilhar aquele momento com o Francisco. O pessoal que assistiu das bancadas e viu os dois a jogar aplaudiu e acabou por ter muita piada. A fotografia já foi partilhada mais de 1500 vezes nas redes sociais”, explicou Álvaro Loureiro, autor da imagem que se tornou viral nas redes sociais.
Estava-se no intervalo do Castêlo da Maia-Gervide, da Série 1 do campeonato Sub-23, quando Francisco Alves, jovem jogador do clube, fez aquilo a que se habituou. “Subi o muro e fui para o campo para jogar à bola sozinho e o senhor guarda estava a ver. Comecei a rematar a uma baliza, ele aproximou-se e disse para eu rematar que ele ia defender”, contou Francisco Alves, a criança que protagonizou o momento que ficou registado. O próprio Francisco acabou por achar a situação “mais ou menos” estranha, mas, pelos vistos, o agente da GNR até tinha jeito. “Sou central da equipa Sub-9 do Castêlo da Maia, rematei várias vezes, mas só lhe fiz alguns golos, porque ele era grande. Até rematei uma bola ao ângulo que ele defendeu. Mas ainda acertei muitas na barra”, acrescentou o Francisco.
Nas bancadas, com aquela situação a decorrer debaixo dos olhos dos adeptos das duas equipas, as palmas não tardaram a fazer-se ouvir. “Foi espontâneo, ninguém esperava aquilo, nunca tinha acontecido uma coisa daquelas”, lembrou Álvaro Loureiro. “É invulgar ver-se isto. Partilhei uma fotografia que não podia ficar guardada, teve muito impacto, até me assustei quando vi tantas partilhas em tão pouco tempo. Não sabia se podia ter consequências até para o guarda. Confesso que fiquei um pouco preocupado. Estava à espera de ter uns “likes”, mas nada parecido com isto, que hoje [manhã de sábado 8 outubro] já vai em 1544 é mesmo fora do normal”, acrescentou Álvaro Loureiro.
Para evitar uma situação que pudesse prejudicar Fernando Simões, o guarda de serviço e um dos protagonistas desta história, o contacto entre os dois não demorou. “Falei com ele o através de mensagens, porque não sabia se tinha feito alguma coisa que pudesse ter consequências, mas ele disse-me para não me preocupar, que não tinha cometido crime nenhum. Ele fez aquilo em público, expôs-se, portanto, acaba por não ser nada de grave”, contou.
Do lado da família do Francisco Alves os “likes” e as partilhas também mostraram que a história tinha sido bem aceite. “É verdade que com pessoas da família do Francisco a partilhar, percebi que do lado dos pais e da família tinha tido uma boa aceitação, que não ia haver problema nenhum. Mas esta fotografia tem de ser aproveitada para mostrar outra faceta do futebol, para que haja conversas para lá da discussão em torno de um penálti. Temos de aproveitar estas coisas boas e o distrital também tem coisas boas, não é só notícia quando há desacatos. Aqui, com esta situação, vê-se a essência do que é o futebol distrital”, sublinhou Álvaro Loureiro.