Com três equipas na Taça Nacional, Académica de Leça tem motivos para encarar o futuro com otimismo


A Académica de Leça conseguiu o feito histórico de colocar uma equipa de iniciados (Sub-15), juvenis (Sub-17) e juniores (Sub-19) na Taça Nacional de Futsal de cada escalão esta época e olha para o futuro com otimismo, mas sobretudo com muita fome competitiva. A julgar pelas palavras de Luís Rodrigues, Presidente do clube, que não escondeu a vontade de ver a Académica lutar por mais. “É uma satisfação, porque tínhamos o objetivo de colocar uma equipa no nacional. Obviamente que foi uma surpresa conseguirmos este objetivo logo no primeiro ano de mandato, mas agora queremos mais do que isso”, comentou o presidente.

Estes sinais positivos dados pela formação acabam por premiar as apostas feitas no arranque da temproada e o reforço que se fez em muitos setores. “Fomos buscar um coordenador com nível três de formação e há poucos treinadores com esse nível. Fomos buscar mais alguns treinadores para poder acrescentar e tentamos dar mais treino aos nossos miúdos, que passaram de dois treinos por semana para três e procuramos que o desenvolvimento fosse sustentável”, explicou.

(Foto da equipa de Juniores da Académica de Leça)

Fixar os jovens e levá-los a continuar a jogar na Académica promete ser um dos grandes desafios para frente, em consequência dos bons resultados obtidos. Luís Rodrigues reconhece que não tem sido fácil. “Isso é um fator que nos afetou logo no início desta época, porque temos um clube no grande Porto que se destaca em termos de resultados e que se torna mais apelativo para todos os jogadores e treinadores. Sofremos esse impacto, perdemos jogadores, treinadores e até diretores”, contou. Mas o presidente da formação de Leça da Palmeira não perde a esperança de ver essa situação começar a mudar: “O que pretendemos é dar mais condições para que os jovens sintam que podem evoluir mais connosco. Mas também procurar dar condições para crescerem como pessoas, porque achamos que isso pode atrair os pais e meter aqui os miúdos”.

Do que não restam dúvidas é que este elevar de nível de exigência e de competitividade vai obrigar a Académica a ser mais ambiciosa em termos de equipa sénior. “Sim, como é evidente. Assumimos o clube em julho, tivemos muito trabalho e focamo-nos mais na formação, porque sabíamos que os seniores teriam mais probabilidade de crescer, quando tivéssemos resultados na formação. Acredito que agora será mais fácil fornecer a equipa de seniores. O mercado é muito competitivo no grande Porto e é preciso algum tempo para criar uma equipa vencedora e poder atingir outros patamares. Mas é nosso objetivo, no próximo ano, estarmos mais competitivos nos seniores, porque já vamos ter este trabalho feito na formação, que vai continuar a ser desafiada. A partir dessa base vamos procurar encontrar um caminho para subir a outros patamares e chegar a uma disputa para lutarmos pela subida ao nacional”, assumiu.

(Foto da equipa de Juvenis da Académica de Leça)

Além dos seniores, importante é também o que está na forja ao nível do futsal feminino. “Queremos avançar com uma equipa no feminino. É fundamental para nós criar um escalão feminino, que é muitas vezes esquecido”, prometeu Luís Rodrigues, que aproveitou a ocasião para deixar um apelo: “Temos o problema de haver poucos espaços de treino e queremos apelar às autoridades locais para nos ajudar nesse sentido. Vemos as equipas de Lisboa e do Sul a dominar a modalidade, porque têm mais condições do que nós aqui no Norte. Precisamos de mais horas de treino. Por último, queria agradecer ao Fernando Santos, presidente fundador da Académica de Leça, que esteve 56 anos à frente do clube e foi fundamental para nós”.

(Foto da equipa de Iniciados da Académica de Leça)