O sonho de jogar futebol numa liga tradicional e defender um clube com muita história parece, para muitos, um sonho distante. Mas para Cláudio Braga, avançado português de 25 anos, este sonho já é uma realidade. O jogador, natural de Mafamude, em Vila Nova de Gaia, assinou com o Hearts, da I Divisão da Escócia, clube com 151 anos sediado em Edimburgo, na capital do país.
Depois de quatro épocas na Noruega (duas no Aalesund e duas no Moss), o jogador assinou três épocas com a equipa escocesa. Com passagens pela formação do Candal, Boavista, Paços de Ferreira e Rio Ave, o avançado ainda passou nos seniores do Valadares Gaia e no Vila Meã, onde jogou o Campeonato de Portugal, antes da saída para o futebol norueguês.
"Na época de 21/22, quando eu estava no Vila Meã, surgiu a hipótese de ir para a Noruega, mas queria mostrar mais aqui em Portugal. Mas senti que seria o passo certo em termos de carreira, para ter mais oportunidades e para um campeonato onde eu ia ser claramente diferente dos demais", começou por dizer os motivos pelos quais aceitou ir jogar na Noruega.
"As pessoas gostam do diferente, então decidi arriscar nesse aspecto! Cresci bastante no futebol com todas as equipas por onde passei, mas senti-a sempre imaturo. Na Noruega encontrei essa maturidade e isso ajudou-me.


Ainda na formação, Cláudio Braga passou por vários clubes do nosso distrito. Muitas vezes, precisou de esperar muito para as oportunidades aparecerem. O avançado conta que foi preciso dar alguns passos atrás para evoluir na carreira.
"Acho que das lições que mais aprendi nos clubes do distrito foi nunca desistir. Houve muitos momentos da minha carreira em que não joguei muito. Saí do Candal para o Boavista. Dois anos bons, mas no meu terceiro ano não joguei tanto e acabei por voltar ao Candal. Custou-me muito, mas foi o melhor. Dei um passo para trás para depois dar dois para frente. Nem sempre conseguimos ver o propósito nas coisas. No Paços também não joguei muito. No Rio Ave, no meu último ano também não. Quando olho tudo isso, fez-me muito mais forte e ser o jogador que sou hoje! Quem continua a trabalhar, é sempre recompensado!"
Com mais de 500 clubes filiados e mais de 45.000 atletas, o distrito do Porto conta com centenas de jogadores com o sonho de se serem profissionais. Mesmo já longe dos campeoantos da AF Porto, Cláudio Braga afirma que há um muita qualidade nos nos atletas do distrito.
"O que eu acho diferente no distrito Porto é que há muitos bons jogadores, respira-se o futebol no Porto! Há tantas equipas, há poucas oportunidades e é preciso trabalhar o quadruplo para chegar ao topo. Cada vez há mais e melhores formações. Os clubes mais pequenos começaram a evoluir muito e eu acompanho, pois tenho um irmão e uma irmã que jogam e vejo que as formações, os campeonatos séniores, estão mais equilibrados.

Por fim, depois do sucesso no país nórdico e agora com o arranque da época no Hearts, Cláudio apontou quais as principais diferenças no jogo entre estes países e o futebol em Portugal.