O Clube Desportivo de Portugal festejou 100 anos no passado dia 25 de agosto e o mínimo que se pode dizer é que todos, neste agora emblema centenário, acreditam em dias mais positivos, a começar pelo presidente, Carlos Oliveira, que não esconde as dificuldades e os desafios que vem enfrentando, desde que assumiu a liderança do clube há quatro anos. “Não são todos os clubes que fazem 100 anos, é muita história e muito sacrifício para manter o Desportivo. Estive 11 anos como jogador e não tinha noção de nada, agora ao fim de quatro anos, como presidente, percebo e é muito complicado. Ainda hoje estive a tratar de inscrições, mas é um orgulho”, comentou.
Com as obras no Campo Municipal de Campanhã na reta final, o presidente acredita em dias melhores, mas não se ilude em dar passos maiores que as pernas. “Planos? Temos de trabalhar! Só pensamos no dia de hoje, no dia após dia, não podemos fazer grandes planos para o futuro, porque não temos como. Ainda nem sabemos em que moldes vamos poder utilizar o campo de Campanhã. Dizem que é nosso, mas não sabemos de que forma vai funcionar ainda”, disse Carlos Oliveira.
Com cerca de 150 atletas e muito orgulho no trabalho que vem sendo feito, as dificuldades são uma realidade no clube do concelho do Porto. “Temos a sede em Pinto Bessa de onde já recebemos ordem de despejo, entretanto, seguimos com o processo para tribunal. Temos de continuar a lutar. A Câmara Municipal do Porto tem ajudado e cumprido com o que assumiu no contrato, não nos podemos queixar. Mas as dificuldades são muitas. Tiraram-nos o que era nosso para construir o terminal de Campanhã. Mas quanto mais dificuldades, mais vontade temos!”, garantiu.
Em termos de futebol, o clube somava seis equipas de formação nos campeonatos da AF Porto e vai avançar com mais uma de Sub-17 esta época, apesar da logística não ser das mais fáceis. “Temos uma equipa sénior que treina no Parque da Cidade às segundas, quartas e quintas, com excelentes condições de treinos. No futuro vamos ver, a previsão para o regresso a Campanhã era abril, mas vai atrasar, nem sei se vamos conseguir iniciar a próxima época em Campanhã. O nosso futuro dependerá muito dos dias e dos horários que nos for possível preencher. Esta época vamos ter duas equipas Sub-17, além das seis equipas de formação que já tínhamos. Mas é complicado, porque a nossa formação treina no Parque da Cidade, saem daqui às 17h30 para estar lá às 18h30 e começar a treinar, para regressar até às 20h15. Todos sabem o que é passar em hora de ponta, é sempre mais puxado”, lamentou.