O jogo da Série 2 da Divisão de Elite entre o FC Alpendorada e o Aliança de Gandra, segundo e primeiro classificado, respetivamente, é um dos jogos de cartaz do próximo domingo. As equipas estão separadas por quatro pontos, depois de um arranque de temporada espetacular de ambas, que leva o líder a caminhar sem conhecer o sabor da derrota e somar dez vitórias e um empate. Do outro lado, o anfitrião deste duelo de domingo (15h30) voltou a conquistar os três pontos na ronda anterior, depois de conceder duas derrotas e soma nove vitórias.
Se no papel este é, sem dúvida, um jogo para tripla, a verdade é que a análise dos dois treinadores não destoa muito, independentemente daquilo que dita a classificação. “É desafiante defrontar o primeiro classificado, ainda para mais quando está a fazer uma prova extraordinária, um pouco à imagem daquilo que também temos vindo a fazer”, comentou Tonanha, treinador do Alpendorada.
“Tenho 205 jogos na Elite e sei bem o que é estar neste campeonato. Já disse aos jogadores que quando perdermos a humildade vamos perder pontos, quando perdermos o respeito pelo adversário, vamos perder pontos, porque tenho experiência e sei que em dois jogos menos bons tudo pode mudar”, avisou Marcos Nunes, treinador do Aliança de Gandra.
Com ambos os técnicos a apontarem a competitividade como fator chave, Marcos Nunes não escamoteou a realidade: “É um jogo especial pelas circunstâncias atuais, porque vão estar frente a frente primeiro e segundo classificado, mas as dificuldades vão ser muito idênticas para os dois lados”.
À entrada para a 12ª Jornada é óbvio que ainda há muito campeonato pela frente e que tudo está por decidir, mas Tonanha não deixou de assumir objetivos: “O Alpendorada vai disputar a subida, é nisso que estamos focados. Nada está decidido, mas pretendemos aproveitar para encurtar a distância para o nosso adversário. Conheço bem este campeonato, já são 11 épocas e sei que não há jogos fáceis. Por vezes defrontamos equipas menos bem classificadas e só damos tiros nos pés se pensarmos que vai ser fácil. O exemplo disso foram as duas derrotas que sofremos contra equipas abaixo da nossa”.
Do lado do Gandra, Marcos Nunes não olha para o facto de ainda não ter sofrido qualquer derrota como um fator de pressão suplementar. “É claro que toda a gente fala na classificação e que o Gandra ainda não perdeu, mas nós não falamos sobre isso. Sabemos que o Alpendorada é uma das equipas mais fortes, talvez a mais forte até, que tem um treinador experiente, habituado a estes jogos, que já esteve em várias fases finais. Fizeram contratações muito boas e sabemos das dificuldades que vamos ter. Mas vamos jogar como até aqui, praticando bom futebol, com respeito pelo nosso adversário e procurando ganhar a uma equipa forte”, vincou.
Com ambos os treinadores bem identificados com os dois lados da barricada, a questão que se coloca é perceber o que é que pode fazer a diferença e desequilibrar os pratos da balança. “Acima de tudo será um jogo em que só quem estiver a um nível superior vai vencer. Mas não há segredos, ou surpresas”, defendeu Tonanha. “Ainda não sinto que estejamos a fazer algo diferente, por estarmos em primeiro. Temos de continuar a ser humildes. Sabemos que um dia vamos perder, mas queremos adiar isso o máximo possível”, contrapôs Marcos Nunes.
AUTO-AVALIAÇÃO
Tonanha, FC Alpendorada
Metade da equipa desceu do Campeonato de Portugal e fomos buscar alguns jogadores com mais nome. Reconheço que a minha equipa superou as minhas expectativas. Voltamos às vitórias no domingo passado [1-5 ao Sousense] e no próximo queremos manter-nos nesse registo.
Marcos Nunes, Aliança Gandra
O facto de termos renovado com quase todos os jogadores e o rigor que tivemos nas contratações que fizemos ajudam a falar hoje de um bom trabalho. Conseguimos jogadores de qualidade, que se enquadram bem na nossa forma de jogar, no clube e nos objetivos que pretendemos alcançar. Temos uma mescla de jovens com outros de maior qualidade que ainda têm a ambição de jogar a outros níveis e penso que esse será o segredo.