O Gondomar SC lançou a sua primeira equipa de futebol feminino esta época e estreou-se contra o SC Rio Tinto, há pouco mais de uma semana, na Série 2 do campeonato Distrital Sub-13 de futebol de 9. Mais do que embarcar logo na onda do feminino, os responsáveis do clube preferiram planear e ponderar um projeto consistente, que só avançou depois de reunir as condições necessárias. “Procuramos criar as melhores condições para que projeto do futebol feminino tivesse pernas para andar. Preferimos algo estruturado e pensado para que o futebol feminino pudesse crescer de forma consolidada. Apostar esta época para fechar na seguinte não fazia sentido. Começamos por construir dois balneários para receber as equipas de futebol feminino, mas depois foi preciso gerir algumas situações ao nível do futebol masculino para podermos dar condições de treino a horas decentes ao futebol feminino e isso não se faz de um dia para o outro. Portanto, tudo começou a ser planeado há dois anos para cá, de modo a podermos iniciar o futebol feminino em condições, com um projeto que fosse sólido”, esclareceu Rúben Carvalho, diretor desportivo do Gondomar SC.
Para já, o futebol feminino arrancar apenas com uma equipa. “Preferimos inscrever uma equipa Sub13 de futebol de 9, porque achamos que nesse patamar vão ter mais competitividade e poder crescer melhor. Além disso, já tínhamos duas atletas do ano passado, em equipas mistas, que quisemos aproveitar, criando uma equipa em torno delas, porque elas mereciam e porque temos de saber ser gratos a quem está connosco”, completou.
Mas não há dúvidas em relação ao futuro do futebol feminino no Gondomar SC: “Queremos dar continuidade, sabendo que este será um ano de aprendizagem para todos, mas acredito que daqui a dois ou três anos poderão ser uma boa surpresa. Já temos uma atleta selecionada para a seleção distrital e na próxima época vamos procurar formar, pelo menos, mais uma equipa noutro escalão, para continuarmos a aumentar a nossa base e irmos crescendo passo a passo”.
Dar passos consistentes para Rúben Carvalho envolve ponderar as diversas vertentes do projeto. “Não podemos esquecer a parte financeira, porque é importante criarmos condições para que os pais se sintam seguros, sintam que estamos a fazer tudo para que elas possam evoluir como atletas e mulheres, caso contrário elas vão sair e não queremos que isso aconteça, por isso preferimos um projeto sustentado”, sublinhou o diretor desportivo.
Por isso, desenvolver o futebol feminino será uma das grandes apostas dos próximos anos, mas não a qualquer custo. “É claro que seria um gosto ter cada vez mais escalões, mas não nos podemos esquecer que temos o futebol masculino e não vamos querer tirar condições de treino a uns para dar a outros. Passa mais por desenvolvermos o projeto à medida que o clube for crescendo e aumentando as suas infraestruturas. Temos um campo atrás da bancada velha que queremos recuperar e é com ele que vamos procurar consolidar o nosso projeto e aumentar o número de equipas, porque teremos mais um espaço para treinos. Apostar em mais equipas obriga-nos a criar condições de trabalho e os espaços de treino decentes são essenciais para que todos possam continuar a evoluir”, apontou.