“Queremos formar jogadores desde os benjamins até aos seniores”


Pedro Ferreira é o novo coordenador do futsal da Associação de Futebol do Porto, entrou em funções há algumas semanas e deixou linhas gerais sobre as quais se propõe focar nos próximos meses. A Direção da AF Porto está determinada em fazer um esforço para dinamizar o futsal  até porque esta é uma modalidade com cada vez mais representatividade. Nesse sentido, Pedro Ferreira, formado em educação física, vertente futebol, com pós-graduação em alto rendimento, apontou algumas lacunas que é necessário colmatar para que o futuro da modalidade continue a ser sorridente.

“Quanto maior for a base de escolha, maior a possibilidade de termos uma seleção melhor, porque o funil está muito apertado. Temos de começar a formar e jogar futsal desde os benjamins até aos seniores. Aqui é que está o cerne da questão e é aqui que temos de trabalhar”, vincou.

Há necessidade de aumentar o número de atletas pelo que uma das prioridades será criar uma dinâmica com os clubes, mudar a forma como se faz prospeção, aproveitado, por exemplo, aquilo que se faz ao nível escolar. “Há uma separação entre o desporto escolar e o trabalho que se faz nos clubes, quando tudo isso podia ser aproveitado pelos clubes para ser mais uma unidade de treino. É necessário que haja um trabalho de ligação com as autarquias e as escolas para que a modalidade cresça”, explicou Pedro Ferreira.

A ideia passa por promover uma aproximação maior aos clubes e desenvolver estratégias comuns para o desenvolvimento do futsal.

“Alguns problemas estão identificados, como a parte económica que cria dificuldades. Mas é preciso procurarmos formar mais e melhor os treinadores para tirarmos mais jogadores da formação, sem deixar baixar o nível do que já temos”, apontou. Pedro Ferreira propõe-se ajudar os clubes a desenvolver um trabalho mais consistente, procurando mais e melhores condições de trabalho e estruturas físicas, junto das autarquias, que lhes permitam treinar com mais frequência e fazer evoluir a qualidade da formação. “Possivelmente, o futsal será a modalidade em que se treina menos, a maior parte só treina duas vezes por semana. Mudar isso, por exemplo, iria dificultar mais a vida aos clubes e aos atletas. Mas com mais unidades de treino teríamos mais qualidade”, comentou.

Um dos objetivos será recuperar aquela que já foi considerada a melhor seleção distrital de futsal do país e levar mais clubes a fazer uma aposta consistente no futsal. “A seleção de futsal do distrito do Porto já foi a melhor do país, mas precisamos de mais clubes a trabalhar bem para voltarmos a ser a melhor seleção do país. Perdemos algum terreno que queremos recuperar e deixar de ver fugir os melhores jogadores do Porto para outros distritos, para outros clubes”, lembrou.

“Para isso, temos de formar mais dirigentes e treinadores. Sabemos que também fazem falta alguns torneios durante a época, que vamos tentar criar. Os cursos dos treinadores vão continuar a fazer-se, assim como o trabalho com a Federação, que tem feito um trabalho fantástico. Apesar disso, também já perceberam que há aqui algumas lacunas e que é preciso colmatar. A certificação tem ido nesse sentido e tem tido grande impacto nos clubes, mas é essencial que eles continuem a apetrechar-se com recursos humanos qualificados para que a modalidade seja cada vez melhor”, acrescentou.

Nesta sua primeira aparição como coordenador do futsal da Associação de Futebol do Porto, Pedro Ferreira aproveitou para sublinhar o estado de espírito com que se está a encarar esta nova etapa na modalidade: “A direção está a fazer um esforço no futsal para que esteja ao nível do futebol de onze, na sua independência e na sua forma de tratar. Têm grande interesse em fazer evoluir o futsal, por isso é uma grande aposta da AF Porto. O futsal feminino também é preponderante e está aqui incluído. Vamos trabalhar tudo em conjunto, porque também vamos quer ter mais atletas e mais clubes. Vamos trocar ideias e procurar o melhor dos clubes e acrescentar aquilo que esperamos trazer como mais-valias a nível técnico e de organização”, finalizou.