Oliveira do Douro e Rio Ave B são as duas únicas equipas da Associação de Futebol do Porto que ainda não provaram o sabor da derrota esta temporada. O emblema de Vila Nova de Gaia soma 16 vitórias e seis empates na Série 1 da Divisão de Elite e a equipa B do Rio Ave 20 vitórias e apenas dois empates na Série 2 da II Divisão distrital da AF Porto.
Mas apesar de dominarem claramente os respetivos campeonatos, nenhum treinador perde a noção da realidade e prefere manter o discernimento. “No Oliveira do Douro trabalhamos com os pés bem assentes no chão. Faltará talvez um pouco mais de matéria para assumirmos uma luta pela subida. A Divisão de Elite é muito competitiva, só sobe uma equipa e isso torna tudo muito complicado. Não quer dizer que não seja possível, mas temos de ser realistas”, declarou Abílio Novais, numa recente entrevista concedida à Associação de Futebol do Porto. “Temos uma estrutura defensiva muito forte, mas não jogamos à defesa. É difícil criarem-nos problemas, porque temos um bom guarda-redes, que também ajuda, mas sobretudo, porque temos um coletivo que se organiza para defender bem e jogadores que transmitem confiança e tranquilidade para abordar os jogos da melhor maneira”, completou.
Do lado do Rio Ave B, a postura não difere e João Cortesão explicou o que tem levado a sua equipa a superar a concorrência. “Sendo uma equipa B temos uma realidade distinta de outros clubes, temos os jogadores residentes e os que treinam nos Sub-19 e Sub-23, vivemos num universo mais alargado de opções, que também nos trazem algumas limitações com os que transitam, porque tanto pode haver disponibilidade como não. Mas é o nível dos atletas do Rio Ave, e já usamos 48 jogadores, que faz com que seja possível, mesmo não treinando sempre comigo. É o que tem tornado possível termos estes resultados, porque todos têm um nível bastante elevado”, explicou.
Se é verdade que os atletas têm levado a competição muito a sério, não quer dizer que não tenham tido jogos mais “apertados” em termos competitivos. “O nível acaba por ser mais elevado do que o da concorrência, mas isso também acontece, porque criamos lances de perigo e porque conseguimos ser mais eficazes a defender. Só temos dois empates em terra batida, treinamos quatro vezes por semana e isso também pode ajudar em termos físicos, a fazer a diferença. De resto, em todas as outras dimensões tática, técnica, física e psicológica, temos tido preponderância. Em termos técnicos já encontramos equipas organizadas e demos a volta, porque alguns jogos foram mais equilibrados”, fez notar.